O Brasil está se atolando em um profundo lamaçal de crimes ambientais sem punição, retirada de direitos, privatizações, corrupção e destruição das leis. Se isso continuar assim, se não nos movermos para evitar que ele se afunde, vamos ficar atolados por um longo período.
Os crimes ambientais da mineradora Vale em Mariana (2015) e em Brumadinho são a prova de que as privatizações não são um bom negócio. Essas cenas atuais deixam muito claro que as empresas privadas querem apenas o lucro e não estão nem um pouco preocupadas com a qualidade dos serviços, com o meio ambiente e muito menos com a vida das pessoas.
Já sabemos que a Vale tem 56 barragens em potencial de alto risco e a maior parte delas fica aqui em Minas Gerais. O Brasil inteiro corre esse risco. A mineração está destruindo nossa água e jogando parte dela fora com o uso dos minerodutos. E para piorar, essas empresas praticamente não pagam impostos, sendo assim, elas levam nosso minério de graça. E a gente só fica com a destruição, com as crateras (cavas) e com os rejeitos que não passam de lixo tóxico.
Mas não estamos falando apenas da lama física. Falamos também da lama profunda que o Brasil está se atolando desde o golpe na Dilma e a entrada de Temer, que iniciou uma série de ações contra o povo, como a reforma trabalhista. E esse cenário se agrava mais com a eleição de Bolsonaro. Em apenas um mês de governo, já anunciou diversas mudanças que vão prejudicar o povo brasileiro, como a proposta de reforma da Previdência, extinção de ministérios importantes, como o do Trabalho. Quer acabar com a Justiça do Trabalho, soterrando os direitos dos trabalhadores. Quer ainda mais privatizações de empresas importantes para a soberania brasileira. Nessa onda de privatização, o governador de Minas, Romeu Zema, quer privatizar a Cemig, o que seria um desastre.
Precisamos nos organizar. Lutar pela re-estatização da Vale e contra as privatizações. Nossa luta é pela Previdência, para aposentarmos com dignidade. Se não nos unirmos, se a sociedade não se movimentar, protestar e cobrar o poder público, corremos o risco de viver um longo período de trevas.
Edição: Elis Almeida