O time do alto escalão da prefeitura de Contagem tem viajado bastante. Desde que o prefeito Alex de Freitas assumiu o cargo, já foram gastos R$ 2,167 milhões em passagens e diárias, como mostram planilhas analisadas pelo Brasil de Fato. Entre os gastos há absurdos, como o Secretário Municipal de Comunicação e Transparência, que usou R$ 60 mil na Finlândia, Portugal e França - sem contar as passagens.
A maioria das viagens aconteceu em 2017, o primeiro ano da gestão de Alex de Freitas, em que a prefeitura pagou R$ 832 mil em diárias (hotéis, restaurantes, táxis). Na planilha, uma viagem à Europa chama a atenção. Seis pessoas gastaram quase R$ 200 mil, fora as passagens. Elas passaram pela Irlanda, Finlândia, Reino Unido e Inglaterra.
Nesta viagem Alex de Freitas gastou, sozinho, R$ 56 mil em 14 dias, de acordo com informações do portal da transparência da prefeitura. No mesmo ano, o prefeito passou 11 dias em Portugal, onde gastou R$ 22 mil. Em outubro voltou a Portugal e passou ainda pela França, somando isso R$ 24 mil aos cofres contagenses. Tudo isso sem contar as passagens.
Nos destinos internacionais da prefeitura de Contagem, em 2017, estavam também Xangai (China), Seattle e Los Angeles (Estados Unidos). Em 2018, a prefeitura pagou R$ 354 mil em diárias.
Passagens custaram 1 milhão
Através da Lei de Acesso à Informação, a Secretaria Municipal de Administração informou que a prefeitura gastou R$ 762 mil com pagamento de passagens de avião em 2017. Já em 2018, o valor caiu para R$ 218 mil.
As viagens mais caras foram justificadas como “acompanhar o prefeito”, o vice-prefeito ou algum dos secretários. Uma viagem à China foi motivada por acompanhar a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).
Críticas
Nas sessões da Câmara Municipal, o vereador Daniel do Irineu (PP) vem denunciando o valor gasto e diz não ver resultados para a cidade. “Esse prêmio que foram receber [na Conferência Internacional de Cidades, na Finlândia] foi um trabalho da última gestão. A gente tem escutado conversas de que esse programa está encerrando gradativamente. Foram lá gastar dinheiro público por um programa que eles estão acabando”, indigna-se o vereador.
Daniel garante que, caso a prefeitura não comprove os benefícios à cidade, irá solicitar a devolução do dinheiro aos cofres públicos. “Até que se prove o contrário, isso foi turismo".
Edição: Elis Almeida
