A tribo Kiriri da cidade de Caldas, no sul de Minas Gerais, acaba de dar mais um passo na luta pela terra. Os indígenas criaram no início deste ano a Associação Indígena Kiriri. Para o Cacique Adenílson, a criação da Associação é um passo importante. Ele lembra que a tribo passou por momentos difíceis, após um despejo em 2017, quando foram enviados pelo governo de Minas Gerais para uma terra em Patos de Minas, onde não havia nenhuma estrutura.
Eles conseguiram voltar a Caldas e desde então lutavam para conquistar a criação da Associação. A tribo Kiriri se instalou na cidade de Caldas, no Sul de Minas Gerais, em outubro de 2016. O tamanho reduzido da terra indígena e a redução da quantidade de peixes no Rio São Francisco forçaram a migração de parte da tribo em busca de um local onde pudessem viver com dignidade e preservar sua cultura.
Ao retornarem, ocuparam um terreno pertencente à UEMG, que estava há mais de uma década abandonado. Em 2017, após uma ordem de despejo, a tribo saiu do local e se instalou em Patos de Minas, seguindo orientações da Funai. O local, no entanto, não apresentava nenhuma estrutura e os Kiriris voltaram, incentivados pela própria comunidade do Bairro do Rio Verde.
Hoje, a tribo conta com 12 casas de taipa, criação de galinhas, porcos, horta e duas áreas de plantio de milho e inhame. As negociações com a UEMG vinham avançando, e já há um projeto de extensão da universidade planejado para o local.
No dia 24 de janeiro, ocorreria uma audiência de conciliação entre os Kiriris e UEMG. Esta audiência, no entanto, foi cancelada. De acordo com a AGE, após a troca de governo, será preciso aguardar uma manifestação da nova administração estadual.
Edição: Elis Almeida