O governo de Minas Gerais anunciou mais um corte que deve mexer na vida de milhares de famílias. Em audiência na Assembleia Legislativa, na quarta (10), a Secretária de Estado de Educação confirmou que 1.140 escolas não terão mais o ensino em tempo integral neste ano. Apenas 500 escolas vão continuar com as aulas de turno e contra turno, deixando de atender a 81 mil estudantes.
A secretária, Júlia Sant’Anna, justificou que o governo não possui verba para manter as aulas, e não dispõe de dinheiro “nem para a merenda escolar”. As declarações foram dadas na audiência da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, onde professores, diretores e parlamentares manifestaram-se contra a medida.
A presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), questionou o governo, relembrando que a verba da merenda escolar vem de um programa do governo federal. “Nós temos um Programa Nacional de Alimentação Escolar. O dinheiro não é suficiente? Tem um governador para conversar com o presidente da República. Eles não conversam?”, questionou.
Trabalhadores atingidos
A deputada indignou-se também com a forma como a decisão foi tomada e divulgada. Segundo ela, cerca de 9 mil profissionais podem ser demitidos e eles só tiveram conhecimento através da imprensa. “Pergunta se as superintendências regionais de ensino foram ouvidas, para definir de 1600 para 500? Se os diretores de escola foram consultados. A irresponsabilidade está aí”, disse.
Para deputado do Novo, programa “era um grande faz de conta”
Já o deputado Guilherme da Cunha, do mesmo partido do governador Romeu Zema (Novo), defendeu a diminuição do programa de escola integral, opinando que o “programa na verdade era um grande faz de conta”. Ele afirmou que a intenção do governo seria diminuir o programa, para reorganizá-lo, mas que a escola integral só voltará a ampliar se o governo conseguir recursos para sua manutenção.
Professores protestam
Na manhã e tarde de quinta (11), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE/MG) realizou paralisação de aulas e protestou em frente à Cidade Administrativa e da ALMG, em Belo Horizonte. Os professores requerem que o governador abra negociação com a categoria.
Edição: Joana Tavares