Os atos em centenas de cidades, sobretudo em todas as capitais do país, em 15 de maio de 2019, serão registrados como o dia em que o povo brasileiro assumiu para si a responsabilidade de lutar pela educação pública, gratuita, laica e de qualidade.
O atual contexto político contribuiu para instigar a relevante participação popular nos atos, com ênfase ao protagonismo da juventude. Já seria justa a luta pela não adesão ao corte de 30% das Universidades e Institutos Federais. Contudo, a declaração do atual Ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que as universalidades são palco de balbúrdias, além das ameaças de encerramento dos cursos de sociologia e filosofia, e a declaração de quarta, em meio às manifestações do próprio presidente da República em classificar os manifestantes como “idiotas”, resultaram na combinação para uma das maiores paralisações pós-abertura democrática da década de 1980.
Greve geral pela aposentadoria está prevista para 14 de junho
É preciso considerar também que ter tantos estudantes, professores e servidores nas ruas reivindicando é resultado das políticas educacionais dos últimos 14 anos durante os governos petistas, que criaram 18 universidades, 173 campi universitários e 360 institutos federais. O ensino superior no país cresceu com mais investimentos e com uma descentralização destas instituições, sobretudo, com a expansão das universidades para médias cidades.
As manifestações desse dia 15 de maio agitaram o centro do governo e sua gelatinosa base aliada. Foram muitas as declarações criticando a postura desrespeitosa do presidente e do governo ao tratar desse legítimo exercício democrático.
Para os trabalhadores surge um suspiro de esperança. Á repercussão da luta pelas garantias dos recursos para a educação, e contra a reforma da Previdência ainda desencadearão muitas iniciativas. Parece que as próximas semanas serão férteis para dialogar com a população sobre a próxima paralisação nacional da educação no dia 30 de maio, e sobre a importância da greve geral chamada para dia 14 de junho.
A resistência está mais ativa do que nunca.
Edição: Elis Almeida