Bolsonaro chamou os estudantes brasileiros de idiotas e teve resposta. Em Minas, na quinta-feira (30), ocorreram atos maiores e em mais cidades do que no dia 15 de maio. Foram pelo menos 44 cidades mineiras: Belo Horizonte, Almenara, Araçuaí, Barbacena, Diamantina, Divinópolis, Governador Valadares, Ituiutaba, Montes Claros, Muriaé, Nova Lima, Poços de Caldas, Pouso Alegre, São João Del Rey, Teófilo Otoni, Ubá, Uberlândia, Viçosa, Capelinha, São Lourenço, Uberaba, Betim, Cataguases, Varginha, Congonhas, Ibirité, Ipatinga, Lavras, Leopoldina, Mariana, Ouro Preto, Patos de Minas, Ponte Nova, Sete Lagoas, entre outras. Só campi universitários foram 25.
Em Belo Horizonte, estima-se que mais de 250 mil pessoas lotaram as ruas do Centro da cidade. A manifestação partiu da Praça Afonso Arinos em direção à Praça da Estação, seguindo pela Avenida Afonso Pena. Quando a primeira ponta chegou à Praça Sete, a outra ainda não havia saído do local de concentração, a mais de 2 km. Diferentemente do dia 15, quando a maioria dos atos começaram pela manhã, desta vez as manifestações foram marcadas para o fim da tarde, permitindo que várias pessoas saíssem do trabalho para participar.
“A educação é global. A gente pensa que a educação é um coisa pontual e pequena, mas ela envolve e mexe no macro. A gente está aqui hoje para defender esse espaço que é nosso”, comentou Rafaela Carvalho, farmacêutica, residente em saúde do idoso no Hospital das Clínicas da UFMG.
Além da defesa da educação pública e da pesquisa científica, alvos dos cortes promovidos pelo governo Bolsonaro (PSL), os manifestantes também gritavam contra a reforma da Previdência do banqueiro Paulo Guedes, que pretende extinguir o sistema atual, baseado na cooperação entre gerações mais jovens e os inativos. Esse foi um dos motivos para o aposentado José Reis Martins sair de casa para manifestar. Porém, ele também considerou a defesa da educação um motivo importante. “Eu vim à manifestação porque o Brasil precisa de investir na educação para deixar de ser colônia internacional. A educação liberta o povo”, declarou.
Maria de Cássia Pires, professora da rede pública estadual e municipal de Contagem, foi protestar no centro de BH. “Estou aqui hoje pelo direito à universidade sem cortes, porque nenhum país se desenvolve sem educação, sem a pesquisa que é desenvolvida nas universidades públicas”, defendeu.
Edição: Joana Tavares