Após os aumentos escalonados na tarifa do metrô de BH, que vai chegar a R$ 4,25 em março do ano que vem, o governo de Jair Bolsonaro indica que pretende mesmo privatizar o serviço.
Na segunda-feira (24), foi publicada a Resolução nº 60 do Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) da Presidência da República. O documento opina a favor da inclusão da CBTU, empresa responsável pelo Metrô de BH e outras quatro capitais, no Programa Nacional de Desestatização.
Para André Veloso, do Movimento Tarifa Zero, o governo federal já tem adotado medidas para sucatear e encarecer o serviço, a fim de entregá-lo aos empresários. “Os trens já estão bem mais lotados e espaçados, a tarifa está aumentando. Isso é para tornar bem mais lucrativo esse serviço. Então, já há uma movimentação para privatizar”, recorda.
Na Resolução 60, o governo alegou que, com a privatização, pretende ampliar oportunidades de investimento e emprego e melhorar a qualidade do serviço no país. André Veloso discorda desses argumentos.
“No mundo inteiro, uma série de serviços foram privatizados e a qualidade piorou. Agora, sobre a possibilidade de ampliar postos de trabalho, isso não faz sentido. A quantidade de empregos que o metrô gera seria a mesma no serviço público ou privado”, pontua.
O que o governo não esconde é que, com a passagem para o setor privado, andar de metrô vai ficar ainda mais caro. Uma tarifa subsidiada, como tivemos durante 13 anos, com o preço a R$ 1,80, é algo que não vai se repetir. Foi o que disse o Secretário de Obras Estratégicas e Fomento do PPI, José Carlos Medaglia Filho, em entrevista à Rádio Gaúcha.
“Não são pretendidas tarifas subsidiadas e também não podemos pensar em trabalhar com tarifas que sejam superiores ao do sistema de integração”, salientou José Carlos Medaglia. Ele Seguindo as indicações da Resolução 60, o governo deve leiloar a CBTU no segundo semestre de 2022.
Edição: Elis Almeida