O governo Bolsonaro e o mercado financeiro estão atrás dos deputados da base para aprovar a reforma da Previdência no segundo turno, que pode acontecer ainda nesta semana. No primeiro turno, o governo abriu o cofre com generosidade para comprar a base. Foram 379 votos favoráveis contra 131. Pelo fato de ser PEC, são necessários 308 votos, no mínimo. O governo teve uma margem de 71 votos, mas com um custo caro para o país.
A reforma da Previdência está sendo vendida como solução para a crise que se abateu sobre o país. Crise que foi provocada intencionalmente com intuito de aplicar o ultraneoliralismo de mercado. Vender tudo que possui: empresas, reservas de minérios, petróleo; destruir as políticas públicas, acabar com as leis trabalhistas, afrouxar as leis ambientais, liberar mais agrotóxicos, usurpar terras indígenas e quilombolas, e reprimir manifestações contrárias, minando a liberdade de imprensa e expressão.
Com esforço da oposição, alguns pontos da reforma foram minimizados. Mas, mesmo assim, ela continua sendo um ataque violento contra os trabalhadores, contra as mulheres, professores(as) e contra os mais pobres. O governo vai tirar quase um trilhão dos mais pobres, daqueles aposentados e pensionistas que recebem benefício de até dois salários mínimos para fazer caixa para o mercado financeiro.
O pior de tudo é que a reforma foi aprovada sem a resistência das ruas. Mas tá na hora de reagirmos, ainda dá tempo! Pressionar os deputados e senadores é importante, mas as manifestações de massa decidem os rumos do país.
O governo e o mercado financeiro querem a reforma a todo custo. Ela é boa para eles. Querem a privatização da Previdência pública. Por isso, vão investir em propaganda e comprar votos, de novo, para aprovação também no segundo turno. Vamos reagir! Cadê a reforma dos militares das Forças Armadas?
Temos certeza absoluta de que esta reforma não vai gerar nenhum emprego para o brasileiro. Pelo contrário, vai gerar mais pobreza e miséria. O déficit deve ser combatido com geração de receitas que são geradas pelo consumo, pelo emprego, por investimentos públicos, por crédito mais barato. Isso o governo não sabe fazer. Não quer e não vai fazer.
Precisamos nos mobilizar, sermos resistência e unidos lutarmos contra a retirada de direitos, contra os retrocessos e contra qualquer desmedida que sirva para massacrar a classe trabalhadora.
*Padre João é deputado federal pelo PT-MG.
Edição: Elis Almeida