Salve, meu povo! Tudo bem aí?
Já ouvi de um jornalista esportivo da mais poderosa emissora do país que futebol e política não se misturam. A declaração, à época, levantou certa polêmica por ser absolutamente sem sentido.
Como não enxergar a relação entre política e futebol, se pensarmos na figura de Sócrates na luta pelas Diretas Já, bem como no movimento da Democracia Corintiana? Quem não se lembra das comemorações com o punho cerrado de Reinaldo, saudando os Panteras Negras?
Impossível pensarmos na separação entre futebol e política simplesmente porque tanto um quanto o outro compartilham o mesmo momento da história. Nesse momento de escalada brutal do autoritarismo na sociedade brasileira, não é nenhuma surpresa que os efeitos da política sejam sentidos também no futebol. Parece que quem está ocupando a presidência, como populista que é, enxerga no futebol uma possibilidade para se aproximar do povo, enquanto toca um projeto de destruição nacional.
Menos mal que, nas vezes em que se atreveu a pisar nos gramados brasileiros, foi devidamente vaiado. Foi o que ocorreu na Copa América contra a Argentina ou na partida entre Palmeiras e Vasco, pelo Brasileiro.
Porém, não podemos subestimar os efeitos que esse autoritarismo pode ter na sociedade. No último final de semana, um torcedor corintiano foi agredido e detido em Itaquera por “homenagear” o presidente com o tradicional corinho que você bem sabe.
Que futebol e política se misturam, não há a menor dúvida. O único problema é quando essa mistura transforma o esporte mais popular do planeta em uma arma contra o povo.
Edição: Wallace Oliveira