O caso do jornalista e cofundador do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, expõe como tem gente que só defende a liberdade de expressão de quem pensa exatamente igual. Até a mãe do jornalista foi atacada, assim como seus filhos e seu marido. Além de ameaças virtuais, as violências vieram de autoridades como o ministro da Justiça e o presidente da República. Diversas organizações têm feito abaixo-assinados e campanhas pelo direito de Glenn e do Intercept seguirem fazendo seu trabalho.
O Brasil não é o único país com histórias assim. No Equador, há um processo em curso contra o ativista digital sueco Ola Bini, que ficou preso quase 70 dias. A detenção aconteceu sem provas, sem acusações formais, sem direito a intérprete ou advogado.
Ola Bini é um programador reconhecido mundialmente. Ele trabalha com softwares livres e pelo direito à privacidade. O programador foi acusado de colaborar com Julian Assange, o australiano que teve seu asilo diplomático cancelado pelo Equador e foi preso em abril pela polícia britânica. Assange é fundador do Wikileaks. Perseguido pelo governo dos EUA, ele ficou sete anos na Embaixada do Equador em Londres. Recentemente, foi revelado que todos os seus movimentos durante o exílio foram monitorados por uma empresa espanhola de vigilância.
Assange enfrenta 18 processos por revelar documentos secretos do Departamento de Estado dos EUA, inclusive sobre as guerras do Iraque e Afeganistão. Os EUA pedem a sua extradição para o país – onde ele pode pegar 175 anos de prisão ou pena de morte, mas ele permanece detido em Londres. Um jornalista que visitou Assange disse que ele está sendo tratado em condições piores que um assassino.
Não deixe de ver
Não temos espaço para falar aqui de outro ativista perseguido, Edward Snowden, que expôs atos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA). Assista o filme sobre ele. O nome escolhido em português não é dos melhores, mas vale a pena “Snowden - Herói ou traidor”. Está disponível no Netflix.
Edição: Elis Almeida