Um grupo de amigos que trabalha incansavelmente na produção de adesivos, bottons, faixas e camisetas com mensagens e dizeres em favor da democracia no país. O coletivo Alvorada, surgido em Belo Horizonte em meio à luta contra o golpe de 2016, reúne ativistas de esquerda na construção de ações de impacto nas ruas, nos shoppings, mercados e junto a outros movimentos populares.
No carnaval de BH, em 2017, o coletivo virou referência nacional. Foram 200 mil adesivos “Fora Temer” distribuídos e diversas faixas denunciando o golpe em meio aos blocos. “A nossa ideia sempre foi trabalhar com ações que pudessem criar imagens e uma possibilidade de furar a bolha, através da linguagem artística e da estética”, conta Munish, ator, diretor de teatro e um dos coordenadores do Alvorada. Furar a bolha, para ele, é ampliar o debate, sair das redes sociais e falar diretamente com as pessoas, sejam adolescentes, moradores de periferia, LGBTs, etc.
“Nas redes sociais é tudo muito direcionado e a gente fica falando para a gente mesmo: a esquerda fala para a esquerda, o clã Bolsonaro conversa entre ele. Foi criada uma forma da gente ser amigo dos iguais. A arte tem o poder de comunicar de uma forma maior, de ultrapassar esse limite”, explica.
“Lula livre”, soberania nacional e democracia são as pautas principais do coletivo. Na terça (20), por exemplo, para marcar os 500 dias da prisão política, sem provas, do ex-presidente Lula, o coletivo realizou um ato em frente ao Ministério Público e denunciou a parcialidade do judiciário. No domingo (25), acontece a atividade “Parem Bolsonaro e salvem a Amazônia”, em denúncia ao desmatamento, às queimadas e às políticas destrutivas ao meio ambiente promovidas pelo governo federal. Será a partir das 10h, na Praça do Papa, em BH.
Cada vez mais gente
Apesar de serem 14 pessoas que fazem parte do “núcleo duro” do coletivo, as ações aglutinam milhares de pessoas. O Coral Mil Vozes já organizou 1200 pessoas em um único coro por “Lula livre”. Além disso, dezenas de faixas enormes já foram estendidas em estádios de futebol, nas praças e até no Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
O trabalho do Alvorada é totalmente voluntário e só é possível por causa das doações. Para participar de ações em outras cidades, e, claro, levar os adesivos e bandeirões, o coletivo promove ações relâmpago de financiamento. No dia histórico da prisão de Lula, o Alvorada organizou três ônibus lotados que saíram de BH e foram até São Bernardo para prestar solidariedade ao ex-presidente. Nos diversos festivais Lula Livre, que acontecem pelo Brasil, o Alvorada também marca presença.
Com isso, o coletivo foi ganhando visibilidade e hoje já conta com núcleos em outras cidades do país, como Rio de Janeiro e Florianópolis, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Em Belo Horizonte, o coletivo já montou uma fabriqueta de faixas e já comprou uma máquina de fazer bottons para agilizar a produção de materiais.
Pode chegar todo mundo
As ações organizadas pelo coletivo são abertas e para saber mais informações, é só acessar a página.
Edição: Elis Almeida