A coleta seletiva porta a porta da capital mineira foi assumida por associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Desde a semana passada, as organizações, que fazem parte do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte, atendem uma população aproximada de 388 mil habitantes de 36 bairros. Antes, a coleta era realizada por empresas.
“Além de fortalecer as associações e cooperativas, também vamos ter uma renda, de prestação de serviço, porque antes a gente já fazia esse trabalho de coleta, mas sem remuneração. Com o recurso vamos poder pagar os motoristas e os coletores”, avalia Marcos Antônio Elias, diretor da Cooperativa Solidária de Trabalhadores e Grupos Produtivos da Região Leste (Coopesol). Segundo informações da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), cerca de 200 famílias de cooperados serão diretamente beneficiados.
A Coopesol foi a responsável pelo projeto piloto de coleta, realizado nos últimos dois anos no bairro Floresta, na região Leste da capital, que levou a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) a contratar as demais organizações. Ainda segundo a PBH, serão pagos valores de mercado e seis caminhões compactadores já foram entregues no último dia 16. O planejamento das ações e a fiscalização do serviço é responsabilidade da SLU.
Benefícios da coleta seletiva
São inúmeros benefícios sociais e ambientais que a coleta seletiva de materiais recicláveis traz para a cidade. Além de diminuir a exploração dos recursos naturais, melhora a limpeza, a qualidade vida da população, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, diminui a poluição do solo, da água e do ar. Com isso, diminui a proliferação de doenças e a contaminação de alimentos. Para as organizações de catadores, a geração de emprego e renda é um benefício fundamental.
Coleta em BH
As seis organizações de catadores que foram contratadas pela SLU são a Coopesol, a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare), a Associação dos Recicladores de Belo Horizonte (Associrecicle), a Cooperativa dos Trabalhadores com materiais Recicláveis da Pampulha Ltda (Coomarp), a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de BH (Coopemar) e a Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli).
Segundo Marcos, a organização coletiva é uma possibilidade de melhorar as condições de trabalho e garantir direitos básicos que, na maioria das vezes, os catadores avulsos – que trabalham individualmente – não têm, como reconhecimento, aposentadoria e moradia. “A gente tenta colocar o pessoal que recolhe material reciclado nas cooperativas para terem um ganho melhor, porque eles são muitos explorados no ferros-velhos. E, além disso, para que eles possam ter uma autoestima melhor. Nossa intenção é que melhore o trabalho e que todos passem a ser tratados como profissionais”, defende Marcos.
Edição: Elis Almeida