O povo brasileiro está sendo vítima de um golpe contra a democracia e os direitos sociais. Um ataque a todos e todas que não têm outra opção para sobreviver além de vender a força de seu trabalho. O processo em curso se iniciou com a farsa jurídica e parlamentar que afastou a presidenta eleita Dilma Rousseff em 2016, e passou pela vitória eleitoral de Bolsonaro, em 2018; ainda que as eleições tenham sido uma fraude, pela não permissão de que o então líder de todas as pesquisas, Lula, concorresse à presidência.
Desde então, forjou-se uma aliança entre os grandes empresários, setores conservadores pentecostais, setores do judiciário, os meios de comunicação comerciais e parte das forças militares colocando as classes populares sob ataque: o desemprego aumentou, o valor do salário diminui, os serviços públicos na saúde, educação e assistência social sofreram cortes de recursos e perderam qualidade, direitos trabalhistas foram retirados e a aposentadoria tornou-se mais difícil.
No entanto, o primeiro ano do governo Bolsonaro já revelou as principais contradições desse projeto neoliberal e autoritário. Primeiro, não conseguiram criar empregos. Ainda que comemorem os recentes números da economia, não há sinais de crescimento consistente. Segundo, a sustentação desse governo em milícias e no submundo da corrupção e da lavagem de dinheiro foram escancaradas com revelações das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e com o caixa 2 eleitoral – o conhecido laranjal do PSL.
Terceiro, a falta de unidade entre os grupos políticos que construíram o golpe e sustentam o governo fragiliza as suas forças – já está difícil encontrar algum governador, deputado ou senador que tenha sido eleito na onda bolsonarista e ainda não tenha sido zombado pelo próprio Bolsonaro. Quarto, Lula está livre! E, com isso, as esperanças e a disposição de luta da classe trabalhadora e do povo brasileiro estão renovadas.
Povo reage
O Chile está reagindo com as imensas manifestações que ocorrem no país – aliás, motivadas pelo empobrecimento da população após medidas do governo chileno muito semelhantes às medidas que Bolsonaro quer implementar no Brasil.
As recentes avaliações do governo Bolsonaro divulgadas pelo Datafolha mostram a tendência de desaprovação do governo pelos pobres: 43% dos que ganham até dois salários mínimos (44% da população) avaliam o governo como ruim ou péssimo (em abril, eram 34%). Já 44% dos que tem renda superior a dez salários mínimos (3% da população) avaliam o governo como ótimo ou bom.
A melhor notícia do ano é que o povo brasileiro resiste. E mais pessoas percebem que Bolsonaro é um governa para ricos, para milicianos, para patrões e latifundiários, para racistas, machistas e homofóbicos. E que venha um 2020 de muita resistência, esperança e luta. Amanhã vai ser outro dia!
Edição: Elis Almeida