Seria o início do fim? A transferência de renda, um direito social denominado carinhosamente como Programa Bolsa Família, tem uma enorme importância na vida não apenas dos seus beneficiários, mas para a economia em todo o país.
Seu público alvo são mulheres pobres, a maioria negras, crianças, adolescentes e idosos. Frutos de toda uma desigualdade histórica no Brasil. A queda de novas famílias beneficiárias e o cancelamento de centenas de milhares de cadastros todos os anos, tem uma explicação objetiva.
Entre os principais fatores da queda do Programa Bolsa Família estão a Emenda Constitucional 95, que não permite o aumento do orçamento para as políticas sociais e o baixo investimento na área social. Sintomas do modelo conservador e neoliberal que se encontra no Governo Federal desde o golpe de 2016.
Com o aumento do desemprego, a ampliação da miséria e da fome, quem perde é toda a população brasileira. Mas quem ganha com o fim do Bolsa Família? Os ricos, pois sobrará mais recursos públicos para empréstimos e investimentos privados.
A transferência de renda é um direito. Em especial no sistema econômico capitalista que atende as necessidades de alimentação, moradia, vestuário e transporte apenas para quem tem dinheiro. Caso contrário, sobra a morte.
É hora de realmente lutar pelos nossos direitos. Não é justo depois de tantas conquistas deixar as milícias transformarem tudo em palavras escritas na história da democracia. Lutar, resistir e avançar são ordens frente ao caos (im)posto!
*Leonardo Koury é professor, assistente social, conselheiro do Conselho Regional de Serviço Social e militante da Frente Brasil Popular.
Edição: Elis Almeida