Diversas categorias de trabalhadores e integrantes de movimentos sociais estiveram presentes, na noite desta quarta-feira (5) em uma plenária de solidariedade à greve das petroleiras e petroleiros. A atividade foi organizada pela Frente Brasil Popular. A greve completa nessa quinta (6) seu sexto dia. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais / Sindipetro - MG, 80% da categoria no estado aderiu à greve, deflagrada no último dia 31.
Durante o evento, os trabalhadores destacaram que a greve dos petroleiros atinge toda a sociedade, já que, além dos empregos ameaçados, também estão em jogo as riquezas do povo brasileiro. Para se ter uma ideia, somente a Refinaria Gabriel Passos, em Betim - uma das unidades que está na lista de privatizações -, gera para o município cerca de R$ 400 milhões em impostos arrecadados.
A estudante Ana Carolina Vasconcelos, integrante do Levante Popular da Juventude e da União Estadual dos Estudantes (UEE MG) destacou que a defesa da Petrobras nas mãos do povo é fundamental para a educação e para o futuro dos brasileiros. Já que vem do setor boa parte dos recursos investidos na área.
Citando o caso da mineradora Vale e o acidente da plataforma P-36 em 1995, Alexandre Finamori, diretor do Sindipetro, relembrou o risco que é para a sociedade quando empresas públicas são privatizadas ou sucateadas por governos.
Alexandre também destacou o aumento exponencial no número de acidentes com queimaduras nos hospitais brasileiros. “As famílias não estão conseguindo comprar botijão de gás. Porque nós nunca pagamos tão caro por combustíveis como atualmente. Se você tira o acesso do povo ao combustível, gera gastos em outras áreas, como a saúde por exemplo”, destacou.
Tarefa agora é nas ruas
Uma das ações em solidariedade à greve dos petroleiros são as panfletagens. As atividades acontecem nesta sexta-feira (7), às 5h45 da manhã, nas estações de metrô Vilarinho, em BH e Eldorado em Contagem. Além disso, na terça-feira (11) está prevista uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a paralisação da categoria e dialogar com os trabalhadores sobre como o desmonte da empresa interfere na situação do Estado e também na vida dos mineiros.
"Nós somos fortes em coletivo e essa greve foi construída em coletivo. Agora a nossa tarefa é fazer com que as pessoas no ponto de ônibus entendam que a tarifa vai aumentar se privatizar a Petrobras, que o custo com alimentação vai aumentar. E que defender a Petrobras é um dever de todos nós”, conclamou Finamori.
Edição: Elis Almeida