Desde a semana passada, com as medidas de prevenção à covid-19, o movimento da capital mineira vem diminuindo drasticamente. As estações de metrô e de ônibus estão vazias, mesmo em horários de pico. Os ônibus circulam em Belo Horizonte com redução de 5%, enquanto na região metropolitana, a redução é de 50% na frota. O metrô, por sua vez, funciona somente em horário de pico, de 6h às 9h e de 16h30 às 20h, conforme a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Em todos os transportes públicos foram adotadas medidas de prevenção ao coronavírus. Na quinta (19), a portaria 46/2020 da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) determinou, entre outras medidas, a limpeza e higienização das estações, a desinfecção dos veículos a cada viagem e o fornecimento de kits de higiene pessoal para os operadores.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região, Paulo César da Silva, conta que as medidas de prevenção já estavam sendo seguidas em comum acordo com as empresas donas dos ônibus. Mesmo assim, ele se preocupa com a contaminação a exposição dos trabalhadores.
“Ninguém está seguro. Pois é uma guerra contra um inimigo invisível, que pode estar ao seu lado e você não sabe. Mas estamos tranquilos por estar tomando as precauções mínimas, faladas pelas autoridades da saúde, que é higienizar bem as mãos e evitar os locais de aglomeração de pessoas”, afirma.
A partir desta segunda (23), a BHTrans e as concessionárias são obrigadas a cumprir o decreto do governo estadual que garante que os ônibus circulem apenas com passageiros sentados, não sendo permitidas viagens com pessoas em pé. Além disso, a BHTrans está recebendo denúncias de irregularidades e de lotação, em pontos e ônibus, por meio do aplicativo PBH APP, que pode ser baixado no celular gratuitamente.
Metrô
Apesar de no sábado (21) o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) ter anunciado paralisação total, o metrô de BH continua seu funcionamento. A decisão tomada pela categoria tinha como objetivo resguardar os trabalhadores metroviários e os usuários, mas foi derrubada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A liminar, conferida à CBTU, determina o funcionamento do metrô nos moldes estabelecidos pela empresa, ou seja, 6h às 9h e de 16h30 às 20h.
Em nota divulgada nesta segunda (23), o Sindimetro-MG suspendeu a decisão de paralisação. A categoria exige o cumprimento de regras e protocolos que garantam o máximo de segurança aos funcionários e usuários. O sindicato afirma que vai procurar o Ministério Público para “informá-lo sobre as condições de risco que trabalhadores do Metrô e usuários estão expostos, quando nem insumos básicos são garantidos pela empresa”, diz o texto.
Além disso, o Sindimetro-MG defendeu a suspensão de cobrança das passagens, a restrição de acesso de usuários e priorização do transporte dos trabalhadores de serviços imprescindíveis, como profissionais da saúde.
Edição: Elis Almeida