O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Belo Horizonte enviou, na manhã desta sexta (3), uma recomendação ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) para que seja decretado na cidade um isolamento social mais rigoroso e obrigatório. O motivo é a ocupação recorde dos leitos específicos para atendimento de pacientes com covid-19, que atingiu nesta semana uma taxa de 87% para as UTIs e 73% para enfermaria.
“Se a pessoa sair para caminhar, para ficar batendo papo na rua, ou sair para alguma coisa que não seja para comprar comida, ser atendida no serviço de saúde ou ir trabalhar, a polícia tem a prerrogativa de pedir pra essa pessoa ir pra casa”, defende a presidenta do CMS, Carla Anunciatta de Carvalho.
Ela ressalta que o Conselho está de acordo com as medidas tomadas até agora pela prefeitura e pela Secretaria Municipal de Saúde, por se basearem em análises científicas do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19. “Mas a situação atual é que temos hospitais lotados, as ambulâncias do Samu não estão dando conta de transportar tantos pacientes”, aponta.
Leitos
Em Belo Horizonte, de acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado na quinta (2), já são 158 óbitos e 7.144 casos confirmados da doença. Em junho, segundo informações da prefeitura, foram abertos 232 leitos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), atingindo um total de 1.099 leitos de UTI e enfermaria específicos para atendimento a pacientes com covid-19.
Na quinta (2), uma portaria da Secretaria Municipal de Saúde define diretrizes para a utilização de unidades em hospitais privados, em caráter excepcional e temporário para complementar os serviços de UTI.
Reabertura
No final de maio, Alexandre Kalil iniciou a abertura gradual dos comércios em BH. No entanto, desde a segunda (29), os estabelecimentos foram fechados novamente, mantendo o funcionamento somente dos serviços essenciais, como mercados, padarias e farmácias.
Na quinta (2), o prefeito e membros do Comitê de se reuniram com comerciantes e lojistas da cidade. “Nós vamos sentir o resultado deste fechamento do comércio na próxima semana. Os números estão subindo no restante do estado porque houve flexibilização precoce. Mas quero dizer o seguinte: vamos tentar controlar a situação e, quando esses números preocupantes abaixarem, nós vamos abrir o comércio”, disse Kalil.
Edição: Elis Almeida