Minas Gerais

SÉRIE DE ENTREVISTAS

“Precisamos subverter a lógica de cidade como empresa, que exclui 80% da população”

Leonardo Pericles, pré-candidato da Unidade Popular à prefeitura de BH, defende fim de alianças com ‘centrão’

Belo Horizonte | Brasil de Fato MG |

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leonardo pericles up
"Nossa pré-candidatura é para dar voz às vilas, favelas e ocupações urbanas" - Willian Dias / ALMG

O partido Unidade Popular (UP) apresenta a pré-candidatura de Leonardo Péricles à prefeitura de Belo Horizonte. Ele é o nosso quarto entrevistado na série. Leia as conversas com Áurea Carolina, Wadson Ribeiro e Nilmário Miranda.

Leonardo é presidente nacional da Unidade Popular (UP). Na vida de estudante, foi diretor de entidades nacionais como a União Brasileira dos Secundaristas (UBES) e da União Nacional dos estudantes (UNE). Teve participação ativa na organização ocupações urbanas em BH e, desde 2012, é morador da ocupação Eliana Silva.

Brasil de Fato - Você se lança em uma pré-candidatura à prefeitura em tempos obscuros. Com um governo federal e um governo estadual de linha neoliberal e fundamentalista, como a prefeitura pode ter autonomia para barrar retrocessos?

Leonardo Pericles - Belo Horizonte não está quebrada, ao contrário de outras cidades país afora. É uma cidade rica e tem uma economia que permite que vários investimentos sejam feitos. Nós precisamos é subverter a lógica de cidade como empresa, cidade mercantilizada, onde os ricos mandam e são praticamente os únicos beneficiados. Devemos modificar essa ideia de cidade que exclui mais de 80% da população dos direitos fundamentais básicos.

A gente precisa investir em áreas sociais estratégicas, que são saúde, educação, moradia. Buscar parceria com os movimentos populares, apoiar e motivar a organização comunitária por cada bairro, especialmente os bairros pobres. Esse é o nosso foco: as vilas, as favelas, as ocupações. Nesses lugares surgem muitas iniciativas, principalmente na pandemia. E é preciso dar voz a essas pessoas.

É preciso dar poder de decisão a elas, sobre por exemplo o orçamento da própria cidade, coisa que nunca foi feita em Belo Horizonte. O povo do lugar é que sabe a melhor solução sobre os seus problemas. É que sabe melhor do que qualquer gestor ou administrador que não é daquela realidade. Infelizmente, a maioria das prefeituras tem um modelo atrasado, antigo, reacionário, anti-povo.

Ao mobilizar a população dessa forma, o prefeito pode ter força suficiente para enfrentar um governo estadual ou mesmo um governo federal.

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Mas um projeto desses, é um projeto efetivamente de esquerda e popular. Ou seja, é necessário confiar no nosso povo. Só pode ser realizado um projeto desses rompendo com o jeito de fazer política baseado nas alianças com os grupos tradicionais de direita e com o chamado 'centrão'. Tem esse discurso que 'não tem jeito de governar se não fizer aliança com o centrão'. Isso é uma linha de quem não quer enfrentamento.

O caminho para resolver os problemas é mais difícil mesmo. Mas a aliança deve ser com as forças que têm interesse real em mudar a cidade. E esse setor é o povo pobre, o trabalhador, a trabalhadora, o povo mais simples e que vive de vender a sua força de trabalho para viver. Esse é o centro da força de uma prefeitura.

A pandemia veio agora e está aprofundando crises e desigualdades que já existiam, e é provável que os cofres públicos estejam quebrados por algum tempo. Quais ações você pensa para contornar esse cenário que se apresenta?

A crise econômica é potencializada por outras crises, como a crise sanitária. Essa crise sanitária não é gerada pelo novo coronavírus. Ela é gerada pela falta de preparação e falta de investimentos em áreas sociais, e isso o coronavírus trouxe à tona.

Temos exemplos de vários países e de regiões isoladas mundo afora, que a partir da mobilização da sociedade, mesmo com poucos recursos, conseguiram conter o avanço do vírus.

É o caso do Vietnã, que faz divisa territorial com a China, um dos epicentros do coronavírus. Lá não morreu ninguém. Em Cuba, aqui na nossa América, os índices são muito pequenos, eles conseguiram deter o vírus e voltar às atividades. Tem Kerala, que é um estado da Índia. A Índia não é um bom exemplo porque tem muitos problemas, mas esse estado, que é pobre, governado por um governo popular, é um exemplo fantástico de como fazer o enfrentamento. Tem a Venezuela, tão criticada pelos meios de comunicação, mas fez todas as medidas para o povo trabalhador cumprir quarentena, e os índices de morte são muito baixos.

A gente se inspira nessas experiências, que priorizam a vida e não o lucro. Tem sempre esse discurso que vai justificando, dizendo que o estado está quebrado, que a cidade está quebrada, que o orçamento é escasso. É um conhecido discurso: neoliberal, burguês, de direita, para que os governantes não implementem as políticas sociais e humanas para o bem da maioria da população.

:: Leia também a entrevista com Áurea Carolina (PSOL): “Precisamos de governo de ocupação popular, uma BH de coração aberto pra diversidade" ::

Temos um programa que vem sendo construído com vários segmentos da sociedade. A nossa pré-candidatura é resultado de uma construção coletiva, e voltada para dar voz aos povos das vilas, das favelas, das ocupações urbanas – inclusive sou morador de uma ocupação na região do Barreiro. Para isso, é necessário enfrentar as elites, para o povo decidir sobre todas as principais prioridades.

Eu não estou falando de pegar um pedaço pequeno do orçamento. Estou falando de abrir o orçamento central da cidade para o povo decidir onde é mais importante investir.

O prefeito deve receber os movimentos, os sindicatos, os cidadãos, ter um canal permanente de diálogo. O prefeito não pode aparecer nas periferias somente em época de eleição, tem que estar diariamente visitando os bairros. Essa burocracia de que o governo fica bem distante do povo está errada, na avaliação da UP a nível nacional.

O governo Zema já sinalizou várias privatizações e uma delas é a da Copasa. Um dos maiores lucros da companhia advém de BH e o atual prefeito já afirmou que irá retirar a capital da Copasa se ela for privatizada. Como você vê a privatização e o que você faria nesse caso?

Nós somos terminantemente contra as privatizações. A privatização é uma forma de traição ao nosso povo. E é importante lembrar que todas elas deram errado no Brasil. O sistema de telefonia foi entregue para o capital estrangeiro na década de 1990, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e nós hoje pagamos uma das contas mais caras do mundo.

A Vale foi entregue a preço de banana. Na verdade, o Estado brasileiro pagou para entregar um patrimônio fantástico e histórico que era a companhia Vale do Rio Doce e veja o que ela fez em Mariana, em Brumadinho. E o pior é que tanto o governador passado, Fernando Pimentel [PT], quanto o atual Romeu Zema [Novo], e o próprio Bolsonaro, nada fizeram pra punir e responsabilizar os bilionários que se dizem donos da Vale e que cometeram um dos maiores crimes sociais e socioambientais da história. Falo ‘dizem’ porque o povo é dono desse patrimônio que é a Vale e irá retomá-lo em algum momento.

A Copasa é também um patrimônio do nosso povo. Ela vem sofrendo ataques nas últimas décadas, não é só de agora. O serviço é sempre precarizado, as contas de água são caras. Há uma tática de quem quer privatizar as empresas: você sucateia a empresa, coloca o povo contra ela e cria as condições para que ela possa ser privatizada.

:: Leia também a entrevista com Nilmário Miranda (PT): “Seria bom uma frente eleitoral de esquerda agora, mas se não tiver, respeitamos” ::

E o Zema é um dos principais caras que está fazendo isso. Caso ele prossiga com esse crime, uma futura prefeitura governada pela Unidade Popular pode até tomar o caminho de criar uma empresa municipal, como último recurso, para gerir o saneamento de Belo Horizonte. Não é o melhor caminho, o melhor é o fortalecimento da empresa.

Como prefeitura, lutar, quebrar o pau – no bom sentido – para que não aconteça a privatização dessa empresa tão estratégia para o povo mineiro. Então, o caminho de fortalecimento da empresa, criação de concurso público, acabar com a terceirização, mantê-la [a empresa] nas mãos do estado e torná-la mais estatal ainda é o necessário e o caminho que está se desenhando no mundo inteiro.

A empresa deve ser dirigida por seus próprios trabalhadores e trabalhadoras concursadas (os) que têm história na companhia e sabem a melhor maneira de administrá-la.

Existe a possibilidade de se construir uma frente de esquerda para disputar essa eleição? E após a eleição?

Sim, sem dúvida. Mas, para isso, nós não podemos usar critérios pragmáticos, de quem tem mais voto, por exemplo. Isso é um critério que pode até ser usado, mas depois de outros muito mais importantes. Não devemos repetir esses erros graves da política, erros em que uma parte da esquerda se perdeu.

Devemos fazer unidade baseado num programa, e aqui em Belo Horizonte, num programa de esquerda e popular, que represente as forças vivas da sociedade, as muitas lutas e resistências espalhadas por toda essa cidade, e não alianças em acordos de gabinete. O programa deve ser pautado nas lutas, a partir delas, com base nelas. Esses acordões, a esquerda consequente deve repudiar de forma permanente.

Esse programa popular não pode conciliar com a direita e nem com grupos conservadores. A história da esquerda nos ensina isso e o momento que nós estamos vivendo é de explosão de lutas antifascistas e antirracistas, nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil. Os atos que as torcidas organizadas, movimentos e partidos como nós da UP fizemos aqui no país no mês de junho, mesmo em uma pandemia, foram determinantes para afastar o golpe.

A gente precisa lembrar que Bolsonaro estava se preparando, aproveitando a quarentena para colocar seus bandos na rua, defendendo a intervenção militar. E a gente foi com menos força, porque só pôde ir para rua quem não é do grupo de risco, mas mesmo assim conseguimos avançar e deter, colocar os grupelhos fascistas na defensiva.

Veja que a esquerda ganha força quando vai para as ruas, quando está diretamente ligada às lutas sociais. A nova geração de lutadores e lutadoras não é formada por políticos de gabinete, mas políticos de rua, que vivem a mesma vida que a maioria do nosso povo, que andam de ônibus, que usam o SUS, que têm os filhos na educação pública desde a infância, que não têm super salários, que não têm privilégios.

Para que nós da esquerda ganhemos o apoio e a confiança desses milhões de trabalhadores, nós precisamos combater os privilégios. Porque o povão não tem privilégios – isso é um diferencial, e combate a corrupção, porque combater a corrupção é coisa de esquerda.

Qual o impacto da pandemia na campanha eleitoral? Como pretende ou está contornando as consequências de não poder realizar atividades presenciais?

Estamos estudando as melhores táticas que podemos usar. O que eu posso dizer é da história de resistência e luta do nosso povo. Eu me inspiro nos meus ancestrais negros, que mesmo vivendo quase 400 anos debaixo da chibata, debaixo de uma das piores condições que poderiam ser impostas para um povo na história da humanidade, conseguiram ter serenidade, perspectiva, combatividade para aprender a lutar nesse cenário, acumular forças e impor uma grande derrota aos senhores de escravos e ao sistema colonial.

Digo isso porque dificuldades para agir não é novidade. A história da esquerda é recheada de exemplos nesse sentido. Um exemplo dessas expressões hoje são as milhares de campanhas de solidariedade que seguem nascendo na pandemia a partir do povo, das favelas, vilas, das ocupações. Acho que isso aponta o caminho de como atuar. Sigamos esses bons exemplos.

Faça uma breve avaliação do governo Kalil.

O prefeito atual é bom em fingir que está fazendo, e com a crise da covid-19 conseguimos ver isso. Ele fez um discurso positivo no início da pandemia, fechou a cidade, mas assim que os grandes empresários – de orientação fascista, como a gente está vendo, que não estão nem aí para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras –, começaram a pressionar, o prefeito abriu a cidade, e abriu no pior momento.

Isso está sendo pouco falado, muita gente ainda está no discurso de que o Kalil fez uma boa política sobre o covid-19 e isso não é verdade. E quando fechou novamente, não funcionou na prática. A cidade não parou e o número de casos explodiu. E aí eu afirmo que o Kalil passou a ser corresponsável pelo aumento das mortes, assim como Zema e Bolsonaro. Cada um com seu grau de responsabilidade.

E se o Kalil queria realmente combater a pandemia, já temos exemplos que a ciência mostrou. Onde estão os testes? Onde está o complemento do auxílio emergencial? Uma parcela imensa da população de pobres, de trabalhadores, não trabalha com carteira assinada, o que é fruto da retirada de direitos que aconteceu no Brasil nesses últimos anos, sobretudo no governo Temer, e que Bolsonaro manteve, como a reforma trabalhista. Pro povo não sair para trabalhar era necessário um complemento ao auxílio, que cabia em uma cidade tão rica quanto Belo Horizonte. Só falar é muito pouco.

De acordo com estudos, o número de casos em Belo Horizonte pode ser até 75 vezes maior que os casos confirmados desde março. Ou seja, a subnotificação, o descontrole, a falta de planejamento é muito semelhante com o que a gente está vendo no governo federal e estadual, com a diferença do discurso.

O Kalil é um demagogo, fala muito e faz pouco, e é um governo extremamente autoritário. Ele aparece bem na avaliação geral porque, de forma impressionante, praticamente não teve oposição. Os vereadores – com raras exceções, momentos de exceção – não fizeram oposição de verdade. E vereadores devem fiscalizar o prefeito, principalmente se forem de esquerda, frente a um governo fraco, de direita, que não resolveu nenhum grande problema que se propôs, que não entrou na solução de nenhum problema estrutural na cidade, que não reverteu a herança maldita do Márcio Lacerda de tentar transformar BH numa empresa. 

:: Leia também a entrevista com Wadson Ribeiro (PCdoB): “Kalil tem gestão limitada e Zema adota caminho errado”, analisa Wadson Ribeiro ::

Esses setores, ainda mais de esquerda, tinham que ir pra cima, exigir os direitos do povo, e isso não aconteceu e contribuiu para Kalil ficar falando sozinho. A oposição que aparece às vezes é de direita, mais de direita ainda que o Kalil, e levanta a bandeira de ‘fora Kalil’, mas com os seus interesses de grandes empresários, de abrir cidade, de lucro.

Quando eu falo de autoritarismo no governo Kalil, eu falo das ocupações urbanas em abril de 2019 que, cansadas de muita promessa e pouca ação, resolveram ocupar a prefeitura. Ao invés de dialogar com as lideranças, e eu era uma delas, inclusive, Kalil mandou a política militar nos prender. Foi um sequestro, uma coisa impressionante, absurda. Uma das ações mais violentas e autoritárias que eu já vi. De fazer inveja na ditadura militar, você sentar numa mesa de negociação e sair preso. A negociação foi com a polícia, não tinha nenhum membro da prefeitura para se apresentar.

Ele não ouviu as nossas reivindicações e o resultado veio pouco menos de um ano depois, com as chuvas, e casas caíram em ocupações. Foi fruto da irresponsabilidade desse prefeito. A UP nasceu para começar a mudar essa situação. E agora, ao invés de prisão, o povo pobre tem alternativa nessa cidade. 

Ao seu ver, quais são as maiores urgências de Belo Horizonte e quais são as suas principais propostas para saná-las? Você já falou muitas delas nas perguntas anteriores, né?

A área da habitação, da mobilidade, do saneamento, da urbanização e reforma urbana. Precisamos ressaltar que habitação não é só construir, é aproveitar o que está pronto e impedir que lugares que as pessoas moram virem áreas de risco.

Concurso público, valorização dos servidores públicos municipais e ampliação das políticas de assistência social são pontos centrais. A gente propõe também a implementação de uma política pública para resolver a situação da habitação. Eu venho de um movimento de moradia, e é necessário dialogar com os movimentos porque eles têm a saída. Em processo de negociações e de luta, nós conseguimos enquanto movimento formular propostas muito superiores as de prefeituras, de governo do estado e federal.

Precisamos dar apoio à autoconstrução. As pessoas, historicamente, construíram suas casas, então elas sabem como fazer, é preciso prestar assessoria técnica para que aconteça. Precisamos usar os instrumentos da política urbana que existem para desapropriar grandes extensões de terreno que estão abandonadas. O ataque que a prefeitura tem que fazer é à grande propriedade que se encontra abandonada, sem cumprir função social.

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Aquele discurso de direita, de que a gente vai tomar o seu apartamento, a sua casa... Fique tranquilo, trabalhador e trabalhadora. Não nos interessa tomar casa de ninguém, isso nem resolve o problema. Não nos interessa o apartamento vazio, mas o prédio inteiro abandonado. Não nos interessa o seu quintal. Interessa aquele terreno abandonado que existe em toda região, principalmente os melhores localizados, para colocar o povo pobre para morar.

Precisamos trabalhar para municipalizar o transporte coletivo. A gente tem que deixar de ser refém dessa máfia que são as empresas de transporte coletivo hoje. A prefeitura que diz que vai priorizar quem precisa, necessita reduzir gradativamente o preço nas passagens. E é possível se o transporte deixar de servir ao lucro, deixar de servir a essa meia dúzia de famílias que ficam bilionárias, que mandam e desmandam há muitos anos em Belo Horizonte.

São necessárias obras de saneamento para resolver o problema das enchentes em várias regiões da cidade. No Barreiro, Tereza Cristina, Vilarinho, Primeiro de Maio, Bernardo Vasconcelos... Passa gestão e entra gestão e alaga, e as pessoas perdem tudo. Ao invés de ficar tapando rio, tapando o curso d'água, fazer medidas efetivas que possam resolver a situação de Belo Horizonte. Muitas das medidas são conhecidas, mas não são implementadas porque exige enfrentamento com os interesses da especulação imobiliária.

Queremos implementar coleta de esgoto e acesso à água potável para 100% da população de Belo Horizonte, porque essa não é a realidade ainda, infelizmente.

A UP conversa desde a Dona Maria e seu José, o nosso povo, até o professor universitário, gente que tem uma trajetória de dentro do poder público. Nós estamos buscando dialogar com todos esses setores para criar um programa popular, de esquerda, alternativo, e ao mesmo tempo que aponte soluções concretas.

Por último, acho que a gente tem que reduzir o salário do prefeito e do vereador. É muito dinheiro e estrutura para fazer menos e nada.

Edição: Elis Almeida