O policial penal V. A. T, que atirou no adolescente Josué Nogueira, de 16 anos, no final de semana em Montes Claros, foi solto nessa segunda-feira (20). O autor do disparo havia sido preso em flagrante pela Polícia Militar (PM) na madrugada de domingo e a arma, de propriedade do sistema prisional de Minas Gerais, foi apreendida.
V. A. T., que não teve seu nome divulgado, relatou à PM que um grupo de pessoas estava atirando pedras e garrafas no telhado de sua casa, e após reclamar atirou em direção ao grupo. Segundo relatos da família, Josué e seus amigos correram após as reclamações, mas ele voltou para buscar sua sandália perdida, quando foi atingido na nuca pelo policial penal.
A família relata que, nas redes sociais, Josué foi chamado pejorativamente de “neguinho”, com acusações de que o garoto seria usuário de drogas. Segundo a Polícia Civil, Josué não tem antecedentes criminais. Ainda segundo a família, o policial penal estava alcoolizado e fazia uso inadequado da arma, atirando em placas de trânsito.
A Polícia Civil abriu inquérito e o caso está em investigação.
Racismo
Segundo o estudo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao chegar à adolescência, a partir dos 15 anos, um jovem preto no Brasil tem quase três vezes mais chance de ser assassinado do que um jovem branco. A taxa de mortalidade entre a juventude preta chega a 86,34 para cada 100 mil pessoas. Relação que entre os brancos cai para 31,89.
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Edição: Elis Almeida