O Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância de Minas Gerais (Serjusmig) entrou com um pedido na Justiça contra Romeu Zema (Novo), exigindo esclarecimento de indiretas aos servidores. O governador, em uma atividade ao vivo na internet sobre a reforma da Previdência no último dia 20, acusou, de forma generalizada, sindicalistas de se beneficiarem de corrupção e práticas ilegais.
“Tem muitos sindicalistas querendo só visibilidade. No último governo, quando o funcionário público estava sendo prejudicado, esses sindicalistas não levantavam a mão porque podiam dar um punhado de emprego para um punhado de gente da turminha deles”, disse o governador. “Esse pessoal, que estava acostumado com esse tipo de rachadinha, de não sei mais o quê, é que agora fica dando do contra”, completa a acusação.
Governador precisa sair do palanque e respeitar entidades representativas dos servidores públicos
“Essa declaração não somente quer retirar o poder de luta, mas está se contrapondo ao direito do trabalhador de promover a defesa do seu direito por meio das entidades representativas” avalia o presidente do Serjusmig, Rui Viana. Para o sindicalista, a prática do governo de desacreditar as organizações e o serviço público se repete.
Ele relembra que, durante campanha presidencial, Zema afirmou que o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) teria 540 conselheiros do “partido do governador” – se referindo a Fernando Pimentel (PT) – e que ganhariam R$ 10 mil. Na época, o Ipsemg negou a informação em nota publicada em seu portal.
Justiça
Na segunda (2), o Serjusmig ajuizou uma Interpelação Judicial Criminal no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo perante o juiz que Romeu Zema esclareça se as acusações realizadas na atividade estão relacionadas ao sindicato. Além disso, exige do governador que identifique a quem as expressões “esse pessoal” e “sindicalistas” se referem.
Rui ressalta que o Serjusmig não tem conhecimento de nenhuma prática ilegal que aconteça no sindicato ou em outras entidades que defendem os servidores. “O objetivo da Interpelação é que o governador possa sair do palanque, porque ele não está em campanha política, que ele respeite e dialogue com as entidades representativas dos servidores públicos”, aponta.
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Edição: Elis Almeida