Minas Gerais

DESPEJO

ARTIGO | Bolsonaro de sapatênis! Zema negligencia despejo de centenas de famílias

Destruição de escola no Quilombo Campo Grande adquire caráter altamente simbólico do que representa o governo estadual

Campo do Meio | Brasil de Fato MG |
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"É ação que possui um forte caráter simbólico, já que o espaço construído coletivamente e que desempenha um papel fundamental para as centenas de crianças, jovens e adultos do acampamento" - Reprodução

Há 20 anos as famílias do Quilombo Campo Grande, localizado em Campo do Meio, no sul de Minas Gerais, vivem e produzem alimentos agroecológicos no território da antinga Usina Ariadnópolis, pertencente à CAPIA – Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo. As famílias acampadas integram ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Estas famílias transformaram o local abandonado e degradado em um território produtivo, que gera renda a centenas de famílias e produz alimentos saudáveis para a população. No entanto, parece que o Estado de Minas Gerais não se preocupa com a função social da terra, nem com o destino de mais de trezentas famílias. 

Em meio à crise sanitária, em plena pandemia de Covid-19, os moradores do acampamento receberam o comunicado, por meio do Comando do 64º Batalhão da Polícia Militar, da ação de despejo em parte da área da sede. Área essa que já foi objeto de decreto para a construção de uma Universidade Popular, em parceria com Instituto Federal e Universidades da região. 

Despejo ocorre na semana que ultrapassamos os 100 mil mortos

Na madrugada dessa quarta (12), vários helicópteros e drones começaram a circular e amedrontar as famílias. A polícia chegou ao local de forma truculenta e com grande aparato. Cerca de 40 viaturas, com policiais armados, passaram a circular na região. A primeira ação de despejo ocorreu na Escola Popular Eduardo Galeano, espaço que abriga turmas de educação infantil, ensino médio e educação de jovens e adultos.

Trata-se, pois, de uma ação que possui um forte caráter simbólico, já que o espaço construído coletivamente e que desempenha um papel fundamental para as centenas de crianças, jovens e adultos do acampamento. 

Diante desse absurdo, resta as pessoas que se solidarizam com essa situação, fazer contato com as autoridades responsáveis por essa ação, que amplia as desigualdades sociais e colocam em situação de risco e vulnerabilidade social crianças, mulheres, idosos, e pior, no momento que o número de mortos por covid-19 ultrapassa cem mil pessoas.

Enviemos mensagens para o presidente do TJMG Dr. Sr. Gilson Soares Lemes, mencionando o processo de reintegração de posse nº 6105218-78.2015.8.13.0024, o contato é (31) 3237 6594 ou (31) 3306 3100 e e-mail  [email protected]; Nelson Messias, (31) 99732 7310; para o governador Romeu Zema (31) 3915 9210 ou 3915 9005, e-mail [email protected]; para o presidente da Assembleia Legislativa Agostinho Patrus (31) 98482-0202.

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Edição: Elis Almeida