A plenária, organizada pelo conjunto das entidades que compõem a Frente Brasil Popular em Minas Gerais, faz parte da campanha #PetrobrasFicaEmMinas, e contou com a participação de Marco Túlio de Melo, ex-presidente do CREA-MG, Deyvid Bacelar, coordenador da FUP, Júlia Aguiar, do Levante Popular da Juventude e da executiva da UNE, Selene Michielin, da direção executiva da CNTE e coordenação nacional da POCAE e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), representando a Frente Parlamentar mista em defesa da Petrobras. A mediação foi feita por Soniamara, da coordenação do MAB, e Alexandre Finamori, da coordenação geral do Sindipetro-MG.
Petrobras fica, Bolsonaro sai
Soniamara abriu o debate citando a privatização da Vale do Rio Doce, atual Vale, responsável pelos crimes em Mariana e Brumadinho que tiraram vidas e até hoje afetam a população e o meio ambiente. A privatização, de acordo com ela, faz com que as empresas deixem de ter responsabilidade social, passando a responder apenas a acionistas e ao mercado financeiro em geral.
Já Deyvid, da FUP, destaca o papel da Petrobras no desenvolvimento nacional, desde a época de sua criação no governo Getúlio Vargas, em especial na região nordeste. “A partir do governo Lula, a Petrobras deixa de ser apenas uma empresa de exploração e produção de petróleo, de refino de petróleo, para se tornar uma empresa de energia. Em 2010, era a 4ª maior empresa de energia do mundo, a partir de ações do governo federal e também da categoria petroleira”, afirma. Para ele, a privatização da Petrobras faz parte de um projeto político encabeçado pelo governo Bolsonaro para destruir o patrimônio das brasileiras e brasileiros.
Defender a Petrobras é defender o Brasil
“A criação da Petrobras e sua manutenção são frutos de uma grande luta da população brasileira que tem origem na campanha ‘O Petróleo É Nosso’”. É o que afirma Marcos Túlio, ressaltando que a discussão sobre as privatizações é ampla, e se refere ao papel do Estado no desenvolvimento de um país. Ele cita a indústria naval, que se encontrava sucateada e passou por uma renovação para atender a demanda criada pela Petrobras, gerando empregos e renda. “A retirada do Estado da economia será, em qualquer situação, um grande desastre”, ele comenta, relacionando também com a importância da atuação do Estado na atual pandemia de Covid-19.
A questão do desenvolvimento nacional também foi trazida por Selene Michelim, do CNTE, que citou a Lei n. 12.351 (conhecida como Lei da Partilha) e a criação do Fundo Social, e também a Lei nº 12.858, que destina 50% do fundo e 75% dos royalties da exploração do Petróleo para a educação.
Juventude também defende a soberania nacional
Julia Aguilar, do Levante Popular da Juventude e da UNE destaca o caráter de ataque ideológico e de classe do desfinanciamento da educação, que será outro efeito da privatização da Petrobras: “O ataque que vem para aprofundar essa perspectiva neoliberal que desmonta o financiamento da nossa educação, que desmonta as nossas universidades é também um projeto conservador, que quer deslegitimar a universidade, os professores e os estudantes frente à sociedade”, afirma.
Aprofundamento do programa ultraliberal
“Estão aprofundando agora o programa ultraliberal e isso significa o aprofundamento da miséria do nosso povo”. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) fechou a plenária trazendo uma análise ampla do governo Bolsonaro, que se aproveita da situação grave da pandemia de Covid-19 para retirar direitos e promover ataques à população.
No encerramento, a coordenação da plenária da Frente Brasil Popular afirmou que a articulação segue na luta em defesa do patrimônio do povo brasileiro e pela soberania nacional, pelo meio ambiente e pelas vidas da população.
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Edição: Elis Almeida