Minas Gerais

CAMPO DO MEIO

MST denuncia prisão e continuação de despejo ilegal no Quilombo Campo Grande

Segundo movimento, fazendeiros seguem invadindo área com tratores e cidade vive aumento de infectados por covid-19

Campo do Meio | Brasil de Fato MG |
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O despejo do acampamento Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas, foi o mais longo do século XXI no Brasil - Cássio Diniz

O despejo violento no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Quilombo Campo Grande, no sul de Minas, parece não ter acabado ainda. Logo após a ação, o movimento já havia denunciado que o despejo ultrapassou a área determinada na liminar da Justiça. Os acampados relatam que além da destruição da escola, lavouras e das casas de 14 famílias, tratores seguem avançando de forma ilegal e continuam a destruição desse e de assentamentos vizinhos.

Ontem (24), o pastor Otelino, assentado, agricultor orgânico certificado e integrante da cooperativa Camponesa, foi detido pela Polícia Militar da cidade de Campo do Meio, conforme relata o MST. Ele tentava oficializar a ilegalidade do despejo com um Boletim de Ocorrência.

Tuíra Tule, da coordenação do acampamento, afirmou que a situação permanece a mesma desde ontem. O advogado do movimento está no juizado da Comarca de Campo do Meio e já acionou o Ministério Púbico. Alguns deputados como Rogério Correia (PT) e Padre João (PT) também acionaram o Ministério Público.

Contaminações por coronavírus cresce após despejo

O número de infectados pelo novo coronavírus após a ação de despejo em Campo do Meio aumentou, chegando a 35 casos confirmados e 8 casos em observação. No dia do despejo, 14 de agosto, a cidade possuía 25 casos confirmados desde o início da pandemia. O MST reivindica que a Secretaria Municipal de Saúde realize testagem em todos os acampados e população que tiveram contato com os agentes policiais.

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Edição: Elis Almeida