Minas Gerais

GERAR RENDA

Projeto inaugura cozinha comunitária e agroecológica em Viçosa (MG)

Local, que é adequado às leis sanitárias, vai servir principalmente a mulheres que poderão produzir em maior escala

Viçosa | Brasil de Fato MG |
Cozinha comunitária Ecoforte
“Aqui é uma cozinha agroecológica e orgânica da economia solidária” - Créditos da foto: Reprodução

A agricultura familiar camponesa tem um papel importante na produção de alimentos no Brasil, mas são diversas as dificuldades que enfrentam. O processamento dos alimentos, a adequação sanitária e o escoamento da produção são alguns deles.

Foi pensando nessas dificuldades que o projeto Ecoforte - Rede de Agroecologia da Zona da Mata de MG propôs a construção de uma cozinha escola em Viçosa (MG). Desde março de 2019, o projeto vem trabalhando para melhorar o comércio e a qualidade de produtos orgânicos na região. O objetivo é proporcionar às mulheres, que hoje vendem somente nas feiras, a possibilidade de ampliar os mercados e vender toda a sua produção também em supermercados e restaurantes.

Isso, através da construção do Sistema Participativo de Garantia (SPG) da qualidade da produção orgânica e o fortalecimento da Rede de Agroecologia na região. O projeto Ecoforte é desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e a cozinha comunitária financiada pela Fundação Banco do Brasil (FBB).

Como vai funcionar

A sede do CTA foi escolhida como local da construção por já possuir estrutura instalada suficiente para a manutenção e gestão dos equipamentos. Pensando no uso coletivo da cozinha e nas normas de segurança, que aumentaram nesse momento de pandemia da Covid-19, a equipe do projeto está elaborando um documento para o uso e a forma de funcionamento da estrutura.  

A técnica do CTA, Yolanda Maulaz, explica que a cozinha é adequada à legislação sanitária. “A gente já teve nessa cozinha o direcionamento das regras sanitárias e também de como construir os documentos para orientar o coletivo. Nós contamos com o apoio de voluntários, representantes da Emater, da Epamig e o pessoal da Prefeitura, ligado à vigilância”, afirma.

“É importante dizer que a cozinha é coletiva, grande parte das demandas vem das mulheres (jovens, adultas e idosas), mas alguns homens têm procurado também e ela está aberta para o público que quer comercializar e gerar renda”, comenta Yolanda. “Aqui é uma cozinha agroecológica e orgânica da economia solidária”.

Futuramente, a cozinha também deve contar com cursos de boas práticas de processamento e capacitações para as pessoas e empreendimentos envolvidos.

Produtoras comemoram

A produtora Mirtes Magalhães, da Delícias Caseiras, é uma das mulheres que irá utilizar a cozinha e destaca que a iniciativa chega em boa hora, pois as feiras agroecológicas, seu principal espaço de comercialização, não estão funcionando presencialmente.

A maior dificuldade hoje é que a gente tem que correr muito atrás e tentar vender por mensagem. Com a oportunidade de colocar os produtos no mercado, pelo menos você faz o produto sabendo para onde ele vai”, comemora.

Hoje, as cozinheiras vendem na Feira Agroecológica da Violeira, no Quintal Solidário e na Rede Raízes da Mata. A expectativa é que, com a estrutura e oportunidades da cozinha comunitária, possam ampliar e vender em mercados nos bairros, supermercados da cidade e do estado.

Wanessa Marinho é comunicadora.


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Edição: Rafaella Dotta