Aumentar a representatividade dos trabalhadores em educação nas Câmaras de Vereadores de Minas Gerais é o objetivo principal da “bancada do livro”, coletivo de professores que são candidatos nas eleições municipais deste ano.
A iniciativa surgiu, segundo Raul Marcos Pereira de Oliveira, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), da avaliação de que a categoria está fora dos espaços de decisão e que muitos vereadores desconhecem ou são contra as pautas de valorização da educação pública.
“As candidaturas estão pleiteando que os trabalhadores sejam ouvidos, porque nós conhecemos o chão da escola, conhecemos muito bem as nossas necessidades. Infelizmente, não adianta nada a gente fazer greve e votar em pessoas que não defendem a educação”, avalia.
“Bancada do livro” conta com mais de 100 candidatos em todas as regiões do estado
Raul relata que a “bancada do livro” conta com mais de 100 candidatos em todas as regiões do estado. Em Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro também existem ações parecidas.
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que também é presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ressaltou no lançamento das pré-candidaturas pela internet, que a iniciativa é ousada no enfrentamento aos retrocessos nos direitos sociais.
“Estamos compreendendo, cada vez mais, que o espaço da política decide a nossa vida e que esse espaço não pode decidir a nossa vida sem a nossa presença. Representatividade importa. E a política é o lugar para o bem comum, para a coletividade, não para a política de morte que temos enfrentado no estado e no Brasil. Mas a gente só altera a política, quando a gente participa”, disse.
De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao todo são 75.704 candidatos a vereadores nos 853 municípios de Minas Gerais. Desses, são 1197 professores de Ensino Fundamental e 963 professores do Ensino Médio.
Candidatas
A Professora Carla é candidata à vereadora pelo PT em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ela faz parte da “bancada do livro” e defende que a educação seja representada por lideranças que já fazem a luta coletiva.
“Muitos de nós votamos na representatividade do outro. E na hora que a gente precisa aprovar nossos projetos, que vão valorizar a educação pública de qualidade, os profissionais da educação, a classe trabalhadora que é a que é atendida pela escola pública, não conseguimos”, aponta.
É importante elegermos professores comprometidos com a escola pública. Não se trata de eleger qualquer professor
Na mesma linha, a candidata à vereadora em Brumadinho (RMBH) professora Celeste, também pelo PT, afirma que a “bancada do livro” reúne sindicalistas que se colocaram à disposição para compor os parlamentos e defender a educação pública.
“É importante a gente eleger professores comprometidos com a luta do dia a dia, por uma escola pública e de qualidade, por melhores salários, por condições dignas de trabalho. Não se trata de eleger qualquer professor, mas aquele que é comprometido com a categoria”.
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Edição: Elis Almeida