Minas Gerais

SEGURANÇA ALIMENTAR

Jornada contra a fome encerra com ações nas periferias em Minas Gerais

Movimentos fizeram entrega de doações e conversas com a população, denunciando o governo Bolsonaro

Belo Horizonte |
Além da entrega de doações, as organizações fizeram conversas com a população - Débora Sá/MTD

Neste sábado (17), aconteceram ações de solidariedade e de denúncia do agravamento do problema da fome em todo o Brasil. As ações encerram a “Jornada Nacional de Luta Contra a Fome: por mais comida saudável e renda para o povo se alimentar”. Em Minas Gerais, ocorreram ações em Belo Horizonte, São Joaquim de Bicas, Ouro Preto, Mariana e Teófilo Otoni. A ação denuncia também a redução do valor do auxílio emergencial do governo federal.

Participaram das ações a Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Atingidos por Barragens e Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD). Em Belo Horizonte, os trabalhos se concentraram nas comunidades Pedreira Prado Lopes e Vila Senhor dos Passos, na região Noroeste da capital.

Só esta semana, na Pedreira e na Vila Senhor dos Passos, a campanha distribuiu mais de 200 cafés da manhã para trabalhadores da limpeza urbana, centro de saúde e população em situação de rua, 50 cartões-alimentação, em parceria com a Caritas Minas Gerais, 200 refeições para moradores dos territórios, 200 kits com álcool em gel e 500 kits infantis.

Além da entrega de doações, as organizações fizeram conversas com a população, colagem de cartazes e lambes e exposição de faixas na avenida Antônio Carlos, que dá acesso ao centro da cidade.

"Hoje, estamos aqui porque a gente precisa acreditar que nós vamos vencer a fome, a miséria, o Bolsonaro, o Zema e que vamos sair desse estado que está massacrando a gente. Não é possível que a gente esteja voltando a essa situação em que esses meninos das nossas comunidades não têm o que comer, não têm moradia, não tem esporte, não têm lazer", afirma Valéria Borges, do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD).

Em Minas Gerais, ocorreram ações em Belo Horizonte, São Joaquim de Bicas, Ouro Preto, Mariana e Teófilo Otoni

A participação da Marcha Mundial das Mulheres se integrou a quinta ação internacional do movimento, em seus 20 anos de existência. "Para nós, é essencial essa luta por soberania alimentar, contra a fome, pois sabemos que isso tem um impacto muito importante na vida das mulheres", comenta Bernadete Esperança, integrante da Marcha.

Manifesto contra a fome

Na sexta-feira, Dia Mundial da Alimentação, as organizações que constroem a jornada lançaram um manifesto popular contra a fome e pelo direito de se alimentar bem. O lançamento ocorreu em ato virtual, que contou com a participação das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, da Via Campesina, assim como ativistas das campanhas Periferia Viva e Vamos Precisar de Todo Mundo, entre outras organizações.

O manifesto denuncia a volta da fome ao Brasil a partir do golpe de Estado e repudia os vetos do governo Bolsonaro à Lei Assis Carvalho (PL 735), que previa apoio à agricultura familiar em meio à pandemia. O documento também ressalta que o Brasil não tem os estoques reguladores de alimentos necessários para garantir segurança alimentar.

“O preço dos alimentos tem aumentado de forma assustadora, já que o agronegócio produz commodities, os supermercados especulam com a fome e as empresas promovem o uso de comidas artificiais que só deixam a população adoecida”, ressalta o documento.

Edição: Elis Almeida