Nas eleições desse ano vamos escolher vereadores e prefeitos. Os prefeitos são os chefes do executivo municipal, sendo responsáveis pelo bom funcionamento das políticas públicas nas cidades. Vereadores são responsáveis por fiscalizar e acompanhar os prefeitos e por formular leis municipais.
As prefeituras, ou seja, o poder executivo municipal, são estruturas que possuem razoável parcela de poder na sociedade. Esse poder pode ser utilizado a favor dos mais pobres, a favor de iniciativas que acabem com a desigualdade social, que gerem trabalho e renda, que garantam os direitos constitucionais e melhorem as condições de vida do povo.
Para que e para quem queremos o poder?
Mas o poder concentrado nas prefeituras e câmaras de vereadores pode ser utilizado para conservar as coisas como elas estão, ou até para piorar a vida da ampla maioria da população.
O poder executivo e o poder legislativo dos municípios são a expressão dos conflitos na sociedade
O poder executivo e o poder legislativo dos municípios, prefeituras e câmara de vereadores, não estão fora dos conflitos da própria sociedade, ao contrário, são a expressão desses conflitos.
Por exemplo. Sabemos que a vida dos proprietários de empresas é uma, a de seus funcionários é outra. Proprietários querem maximizar seus lucros, aumentando as horas de trabalho, diminuindo o salário ou comissões, cortando benefícios, etc. Os trabalhadores querem aumento de salário e de benefícios, e redução da jornada de trabalho.
Ou seja, podemos ter representando a população os proprietários, os empresários, os fazendeiros, ou trabalhadores. Por exemplo, um vereador ou prefeito pode ser dono de empresas de transporte ou motorista dessa mesma empresa. Pode ser um trabalhador da saúde ou proprietário de empresas de planos de saúde privada.
Enfim, podemos ter algum dos poucos milionários e bilionários brasileiros ou representantes da classe trabalhadora.
Os ricos saem na frente
A ampla maioria da população é pobre apesar de vivermos em um país rico. A enorme maioria da população é trabalhadora, e uma pequeníssima parcela, são de empresários e pessoas que vivem de renda, muitos dos quais herdarão suas riquezas da família.
Por que o Brasil é o país mais desigual do mundo? Por que elegemos a cada eleição representantes da minoria rica e proprietária.
Isso ocorre porque eles têm muito mais recursos para se manter no poder. Os meios de comunicação comerciais são deles. São seus filhos, da mesma maneira que foram seus pais e avós, que ocupam os principais cargos no poder judiciário. Ou alguém já viu juiz morando em favela? São eles também que se perpetuam na política. Quem não conhece o filho de deputado, ou de presidente que vira político profissional também?
O perfil de candidatos que devemos apoiar, defender e fazer campanha são candidatos de esquerda que apostam no povo consciente e organizado
Assim, detendo já, historicamente mais condições e poder, a cada eleição eles saem na frente. O povo pouco escolarizado propositalmente se vê com dificuldade para distinguir quem realmente defende os seus interesses.
No rádio, na TV, nos jornais, dele, da direita, da classe dominante, é manhã, tarde e noite os ricos defendendo como melhor para o Brasil o seu projeto.
Estado para conservar ou transformar?
Prestemos atenção. É daí que vem a defesa de ajuste fiscal, privatizações, enxugamento dos gastos públicos, congelamento dos gastos com saúde educação, reforma da Previdência, reforma trabalhista, terceirização, ataques ao SUS, a defesa do mercado, do lucro, da iniciativa privada. Eles gostam de criminalizar o Estado, os serviços públicos, os trabalhadores públicos, as empresas públicas como se fossem algo ineficientes, e pior que a iniciativa privada, voltada par ao lucro.
Desconfie de quem promete mudança, mas é rico, empresário e “bem-nascido”
A classe dominante brasileira busca que o Estado, no caso das eleições desse ano, as prefeituras e câmaras de vereadores, não tenha força suficiente para mexer com seus privilégios, alterar as leis e democratizar o país.
Desconfie e escolha
Desconfie de quem promete mudança, mas é rico, empresário e “bem-nascido”. Desconfie de quem só fala em acabar com a corrupção. Desconfie de quem diga que vai resolver o problema sozinho.
O perfil de candidatos que devemos apoiar, defender e fazer campanha são candidatos de esquerda, dos partidos de esquerda, que querem e defendem reformas estruturais. Sobretudo que apostam no povo consciente e organizado. Candidatos que tem vínculo com os movimentos populares, com sindicatos e as lutas coletivas.
Indivíduo sozinhos por mais bem-intencionados não acumulam para a construção do projeto popular que necessitamos.
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Edição: Elis Almeida