Minas Gerais é o terceiro estado em que candidatos mais gastaram em campanhas online ao longo do período eleitoral. Foram registrados do dia 12 de outubro ao dia 10 de novembro, um montante de R$ 5.676.399 gastos em anúncios nas redes sociais. O Estado mineiro ficou atrás de São Paulo, cujos gastos totalizaram R$ 16.897.975 e o Rio de Janeiro R$ 5.909.250.
Os dados são públicos e estão disponíveis na Biblioteca de Anúncios, plataforma do Facebook em que é possível acompanhar tais investimentos por estado e figura política. A plataforma reúne dados de publicação paga no Facebook, Instagram, Audience Network e Messenger.
Candidatos que fizeram impulsionamentos precisam ficar de olho na prestação de contas
Em meio a um ano atípico em que as adversidades enclausuraram a todos devido à pandemia do coronavírus, as tradicionais campanhas de rua precisaram mudar suas estratégias para atingir o eleitorado de uma outra maneira. Com isso, candidatos que pleiteiam cargos públicos investiram pesado nas redes sociais para que sua mensagem chegasse até o eleitor.
Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Minas Gerais têm 2.786 candidatos a prefeito e 76.085 pretendentes às câmaras mineiras. Entre os candidatos que mais investiram nas redes sociais estão Felipe Saliba (DEM) postulante à prefeitura de Contagem, região metropolitana de BH, que investiu R$ 169 mil; em segundo lugar, concorrendo à prefeitura de Belo Horizonte, Fabiano Cazeca (PROS) investiu R$ 85 mil; em terceiro, também candidata à prefeitura de Contagem, está Marília Campos (PT), que investiu R$ 82 mil.
Será que funciona?
Para a estrategista política, Vera Lima Bolognini, que trabalha em campanhas e gestão política há mais de 20 anos, as ações para as campanhas nas redes sociais irão, sim, impactar nos resultados das eleições no próximo domingo. “Para mim as redes sociais estarão impactando nos resultados destas eleições para aqueles que souberem investir. Fizeram investimentos corretos, utilizaram a plataforma de uma forma correta, coerente e eficaz”.
Ainda segundo Bolognini, para os candidatos que deixaram os trabalhos para a última hora não há investimento que possa preencher o vazio deixado para esta reta final.
“É preciso fazer toda uma gestão destas redes, como se faz uma postagem, como se conecta com esse eleitor, como se engaja. É fundamental ter uma rede ativa. Se o candidato não vinha fazendo, não adianta querer chegar nessa reta final, impulsionar e achar que vai gerar um grande retorno. Não, não é bem assim. Caso os candidatos não estejam ativos nas principais redes sociais, só o impulsionamento não vai adiantar”, reforça a estrategista.
Novas regras
As campanhas que são trabalhadas nas redes sociais precisam atender alguns critérios, entre eles está o controle de gastos. Sancionada em 2017, a Lei nº 13.488 trouxe diversas alterações na Lei nº 9.504. Umas das novas normas da Lei Eleitoral passou a incluir os custos de impulsionamento nos gastos eleitorais sujeitos a registro e aos limites legais.
Ou seja, com as novas regras, as campanhas que utilizam práticas de impulsionamento são obrigadas a declarar à Justiça Eleitoral quais ferramentas receberam recursos para o impulsionamento de campanhas eleitorais na Internet. Tal exigência se aplica aos demais canais e modalidades de marketing.
É fundamental ter uma rede ativa. Se o candidato não vinha fazendo, não adianta só impulsionar na reta final
Outro fator que deve ser observado na prática é o de deixar explícito para o internauta qual conteúdo é pago, para identificar é necessário inserir a palavra “Patrocinado” na publicação. Para os candidatos que fizeram tais impulsionamentos, é fundamental que fiquem de olho, já que ao final há o desafio da prestação de contas.
“Tem candidato que deve correr o risco de ter sua candidatura até anulada por causa do uso indevido das redes. Há limites a serem observados e os candidatos que relaxaram nisso estão vulneráveis”, pondera Bolognini.
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Edição: Elis Almeida