Cerca de 200 manifestantes paralisaram 7 portarias da Vale exigindo respostas sobre as consequências dos dois anos de crime. Os atingidos pedem agenda com a empresa para participarem das decisões.
Paralisações
Os manifestantes paralisaram a Mina da Jangada, que fica na região de Casa Branca, a portaria da Vale na comunidade Córrego do Feijão - que é onde acontecem as buscas dos desaparecidos – e os dois acessos na Comunidade do Tejuco, onde atuam três mineradoras, Vale, Mineral do Brasil e Tejucano.
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Parte dos manifestantes, cerca de 20 pessoas, às 15 horas, se direcionaram para outra comunidade, Ponte das Almorreimas, onde, após o rompimento da barragem, estão construindo uma adutora para captação de água para a região metropolitana de Belo Horizonte. Um projeto grande que conta com mais de 1200 trabalhadores terceirizados da Vale.
Reivindicações
A principal reivindicação é uma agenda com a Vale. Os manifestantes também estão elaborando um manifesto para organizar as pautas dos atingidos.
Uma das pautas, a continuidade do pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial que estava confirmado somente até o dia 31 de janeiro, obteve hoje a prorrogação do pagamento. Em nota, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais informou, “que o pagamento do auxílio emergencial aos atingidos pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, foi prorrogado até o dia 28 de fevereiro de 2021”.
Jeferson Vieira, presidente da associação de moradores e morador do Córrego do Feijão, presente na manifestação, alega que os atingidos requerem diálogo e reparação por parte da empresa. “A Vale matou 272 brasileiros e 2 anos depois não respondeu pelos seus crimes. Por isso, estamos aqui no Córrego do Feijão, lutando pelos nossos direitos, pelas pessoas caladas pela Vale em 25 de janeiro de 2019, que não podem falar, mas nós temos que lutar por elas e por nós”, declara.
Edição: Elis Almeida