Minas Gerais

VOLTA ÀS AULAS

Câmara dos Vereadores de Uberlândia promove audiência pública sobre retorno das aulas

Diretor do Hospital das Clínicas alerta sobre os riscos do retorno às aulas nesse momento

Belo Horizonte | Brasil de Fato MG |
"Nós professores da área particular somos pressionados a voltar, pois, se não voltarmos, nós somos demitidos imediatamente" - Foto: Raissa Dantas (SINTET-UFU)

Na noite da última quinta-feira (4), foi realizada de forma remota uma audiência pública para debater os riscos do retorno das aulas presenciais na rede municipal de Uberlândia, que estão programadas para começar no decorrer dessa semana. A audiência foi proposta pelos vereadores Amanda Gondin (PDT), Dandara (PT) e Murilo (REDE), e contou com a presença de profissionais da saúde, professores, representantes sindicais e familiares dos alunos, sendo exibida no canal da Câmara Municipal no Youtube.

O evento ocorreu alguns dias depois da primeira audiência organizada pela prefeitura da cidade, que contou quase que apenas com empresários ligados ao ramo da educação.

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Nessa segunda audiência pública, o médico sanitarista e diretor do Hospital de Clínicas de Uberlândia, Nilton Pereira Júnior apontou que com o retorno às aulas, teremos um fluxo maior de pessoas circulando, impactando diretamente no sistema de saúde de Uberlândia, que já conta com uma alta taxa de ocupação dos leitos disponíveis.

Para o médico sanitarista é preciso ficarmos alertas. “Em geral, nas pandemias, a segunda onda se comporta com uma gravidade maior que a primeira, é importante a gente ter essa clareza”. O médico disse ainda que nos momentos que ocorreu um fechamento das atividades, mesmo que parcial, houve um tempo para o serviço de saúde se estruturar. “A restrição da circulação ajuda a controlar a transmissão, enquanto não há o controle definitivo pela vacina”.

Na análise dos professores e representantes sindicais, as escolas não possuem a estrutura necessária para atender às recomendações para um retorno seguro. A representante do Sindicato dos Professores da Rede Privada do Estado de Minas Gerais (SINPRO - MG), Haida Palhano, citou que o retorno agora não seria o ideal pelo fato do município estar na onda vermelha e denuncia. “Nós professores da área particular somos pressionados a voltar, pois, se não voltarmos, nós somos demitidos imediatamente”.

Paralisação

Em meio ao processo de retomada das atividades presenciais, professores da rede municipal estão indicando a possibilidade de uma paralisação, além de estarem organizando mais carreatas de protesto contra o retorno. O Brasil de Fato MG procurou a prefeitura para mais explicações sobre o retorno das aulas presenciais, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

Edição: Elis Almeida