Em todos os estados temos notícias de regiões inteiras colapsadas em seus sistemas de saúde, municípios sem vagas em leitos de UTI e crescentes números de contágio e mortes.
Especialistas têm apontado que podemos chegar até o final do mês de março ultrapassando 3 mil mortes diárias. Será muito triste se deixarmos isso acontecer. Não podemos nos acostumar com essa situação.
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No entanto, parece que será esse o caminho. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que, por meio de diversas ações, portarias, decisões, declarações, trocas de comando e pronunciamentos, o governo federal é o grande responsável pelo fato do Brasil ser hoje epicentro da pandemia no mundo.
Por muito tempo denunciamos que o Brasil tinha o pior combate da pandemia do mundo. Não é verdade. Não se trata de pior combate, não temos combate a pandemia por parte do governo federal.
O que o estudo da USP mostra é que não temos por parte do governo federal o interesse em combater a pandemia. A estratégia dita e defendida pelo presidente da República desde o início é bem diferente. O presidente combate às medidas que poderiam evitar o caos nacional. Na quinta-feira, 4 de março, em uma semana de vários recordes negativos de mortes e contágios, em visita ao triângulo mineiro, o presidente mais vez condenou a orientação de isolamento social e do uso de máscara.
A região do triângulo mineiro está na zona roxa do programa Minas Consciente, ou seja, é considerada uma região já em colapso, com orientações de máxima restrição.
Ainda assim, contrariando as orientações, o presidente chegou sem utilizar máscara e promovendo aglomerações.
Mortes evitáveis
O Brasil não merecia Jair Bolsonaro. Os brasileiros não merecem Jair Bolsonaro. Os brasileiros são muito melhores do que o atual presidente.
As mais de 260 mil mortes são mortes evitáveis. E a prova de que são evitáveis é visível ao compararmos com dezenas de países do mundo que tiveram números ínfimos de mortes, mesmo tendo populações bastante numerosas como no Brasil. Como conseguiram? Seguindo as orientações da ciência: distanciamento social, rastreamento e não receitando medicamentos preventivos sem comprovação científica, como o Brasil faz.
Bolsonaro: epicentro da pandemia
O governo também se coloca contra as medidas econômicas que poderiam garantir o combate a pandemia, contra o auxílio emergencial e medidas de socorro a pequenos e médios produtores, comerciantes e empresários.
A solução para crise econômica, política, social e sanitária passa necessariamente pelo afastamento de Jair Bolsonaro. Para isso precisamos todos nós fazermos a nossa parte. Denunciemos a todo canto, a parentes, amigos e colegas de trabalho, que temos um presidente que defende uma política de morte. Não há nada mais urgente nesse momento que defender a vida.
Edição: Elis Almeida