Há 133 anos, o Brasil decretava a abolição formal do trabalho escravo, tornando-se o último país a abolir a escravidão no mundo no século XIX. Só pra se ter uma ideia do absurdo que isso significa, o primeiro país da América Latina a acabar com essa forma nefasta de explorar um ser humano foi o Haiti, em 1794, ou seja, 94 anos antes do Brasil.
Já faz tempo que o movimento negro denuncia que a escravidão não acabou. Os mesmos grupos, comandados por um número muito pequeno de homens brancos, continuam controlando a terra, o dinheiro, os meios de comunicação, a política, o Direito e as armas, em prejuízo da imensa maioria da população. E, nessa história, os negros são os mais prejudicados: são os que mais sofrem com a falta de moradia adequada, com a falta de terra para produzir, são os que trabalham nos piores empregos e recebem os menores salários, os que mais sofrem com a violência policial, os que estão menos representados no Judiciário, no Congresso Nacional, nas Forças Armadas.
Não é à toa que também a população negra é a que mais está exposta a morrer pela covid-19. Um estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, da PUC-Rio, mostrou que, enquanto 55% de negros internados por covid vieram a óbito, a proporção de mortes entre brancos foi de 38%. A Coalizão Negra por Direitos saiu às ruas neste 13 de maio contra o extermínio da população negra. Em Belo Horizonte, a manifestação saiu da Praça Afonso Arinos. Além disso, as entidades que participam da coalizão assinaram um manifesto exigindo compromisso do Congresso com a vacinação pelo Sistema Único de Saúde, a derrubada das barreiras de mercado e do monopólio de fabricação dos imunizantes e o fim da compra de doses por parte da iniciativa privada. Para abordar o assunto, conversamos com a advogada Sheila de Carvalho, integrante da coalizão.
O programa também destaca a repressão policial a manifestantes na Colômbia, durante o jogo do Galo, e o assassinato de palestinos em Gaza pelas tropas israelenses. E tem também um resumo dos principais escândalos de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro nesta semana.
Edição: Wallace Oliveira