O futebol contemporâneo está horroroso
O futebol, esporte que mobiliza milhões de pessoas e dinheiro no Brasil e no mundo, infelizmente, revela uma triste realidade: está faltando o povo pobre nas arquibancadas e uma maior consciência dos jogadores que saem das periferias e quebradas brasileiras.
Difícil você conhecer um craque de bola consciente sobre a vida do povo brasileiro. Chega a ser um abismo galáctico o que há entre a ostentação de um jogador famoso e sua preocupação com a vida de seu povo. Engraçado que a maioria dos jogadores saem das quebradas. É uma grande contradição.
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Estamos entrando para terceira onda da pandemia no Brasil. Os jogadores não tiveram qualquer sensibilidade com a dor de um povo sofrido, sem emprego e passando fome. Decidiram que vão jogar a Copa América.
Aqui no Brasil, apesar da metade da população ser negra, gente vê poucos treinadores negros, dirigentes e até goleiros negros. Conheço pouquíssimos.
Dentro de campo estamos cheios de craques negros. Aliás, quase nenhum desses craques nunca lutou ou falou sobre o racismo no país.
Para completar o pacote, hoje, o futebol está cada vez mais elitizado. Nas arquibancadas o povo das quebradas sumiu. Há um branqueamento notório das torcidas. A velha geral acabou. O estacionamento é caro. O preço do lanche é um absurdo.
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O futebol está cada vez mais distante do povo pobre trabalhador. Sem contar que o futebol contemporâneo está horroroso e burocrático. Acabaram-se as grandes jogadas ousadas. Garrinha só nos velhos álbuns de figurinhas ou vídeos do YouTube.
Eu quero vê gol! Não precisa ser de placa. Eu quero vê gol!
Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte.
Edição: Larissa Costa