A cantora e compositora Lua Zanella, mulher preta e trans belorizontina, lançou nesta semana, o videoclipe da faixa “IARA”, de seu primeiro EP Dama de Paus. No clipe, figuras folclóricas dançam em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado no 28 de junho, dia em que a produção foi ao ar.
Na música, figuras folclóricas como Cuca, Saci Pererê, Boto Cor-de-rosa e a Matinta Pereira recebem uma homenagem cercada de elementos estéticos urbanos e da cultura drag. Lua Zanella encarna a “Mula sem cabeça versão travesti” e traz a estética do trap para o pop, mesclando os estilos e produzindo um som potente e melódico.
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O trap, um sub-gênero do rap, se caracteriza por melodias desalinhadas e uso de sintetizadores, além de pautas políticas e sociais em suas letras. Segundo a cantora, o trap de “IARA” representa uma crítica ao patriarcado e a celebração do corpo travesti.
O vídeo, que está disponível no canal do YouTube da cantora (veja aqui), teve produção e direção assinadas por Guilherme Jardim e Samuel Fávero, da Almanaque, produtora audiovisual de Belo Horizonte focada na produção para artistas LGBTIA+. O clipe conta, ainda, com intervenções em VFX, realizadas por Gabriel Cota.
Sobre a cantora
Nascida e criada em Contagem, na Região Metropolitana de BH, Lua começou sua carreira ao lado do irmão, Vinícius Morais, no duo InMorais. Com a música “Riqueza Roubada”, Lua e Vinicius foram vice-campeões do Festival da Canção da PUC Minas, em 2019.
O primeiro trabalho solo, a música “Popotchão”, foi lançada em 2019 e, no ano seguinte, a faixa “Capeta” deu sequência aos lançamentos da artista, em que Lua canta sobre a hipersexualização do corpo trans, como objeto de desejo e fetiche, mas ainda extremamente marginalizado na sociedade.
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O primeiro EP de Lua Zanella, Dama de Paus, lançado neste mês conta com seis canções inéditas e participações de Paige, Della Vitti e In Morais. O álbum aborda as vivências da artista, que canta sobre o corpo trans, a liberdade sexual, a força do folclore e a cidade de BH.
“As músicas têm sonoridades diferentes entre si, porém costuradas com a mesma premissa: a mulher que eu era, a mulher que eu sou e todas as possibilidades da mulher que eu ainda posso ser”, comenta Lua. Dama de Paus encontra-se disponível nas plataformas digitais de streaming.
Edição: Elis Almeida