Belo Horizonte ganhou o título de capital do rap nacional graças à juventude periférica que fez da cultura HIP HOP, mais do que uma forma de se expressar, um projeto de vida. As batalhas de rima ocorrem em várias quebradas e tem, no maior Duelo de MC’s do mundo, promovido pela Família de Rua, debaixo do viaduto Santa Tereza, um momento de culminância. É desse contexto que emerge gigantes como Clara Lima, Djonga e FBC.
Obra conta com participações especiais de Mariana Cavanellas, Mac Júlia e Uana Mahin
FBC que para nós é Padrim, mora no bairro Cabana do Pai Tomás, na região Oeste da cidade. Já lançou quatro álbuns, os quais foram ovacionados por quem ama rap, “S.C.A.”, “Padrim”, “Best Duo” (em colaboração com a rapper Iza Sabino) e “Outro Rolê”.
No lançamento de “Padrim”, considerado o álbum mais importante da sua carreira até então, o MC deu um grande exemplo de como o rap é coletivo e organizado. Para divulgar esta obra, criou a campanha 15/11, na qual as pessoas colocam a data em seu nome usado nas redes sociais, como por exemplo, no Twitter. Grandes artistas e influenciadores digitais como Mano Brown, Maísa, Whindersson Nunes e Marília Mendonça, aderiram à campanha massiva de divulgação. A data se tornou um grande marco para o rap nacional.
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A genialidade de FBC está também na forma como retrata a realidade e expressa a possibilidade de construção de uma sociedade centrada no bem-estar do povo.
Em seu novo álbum, “Baile – Uma Ópera Miami”, que será lançado no dia 9 de setembro, FBC busca reviver a sonoridade do funk dos anos 90, ao mesmo tempo que o traz de volta de uma forma muito atual, junto do produtor musical VHOOR, que assina a produção do álbum.
Assim como artistas pop criaram uma nova onda de produções disco-pop dos anos 70, 80 e 90, FBC e VHOOR criam uma nova tendência que pode permanecer por anos na cena musical brasileira. O “Baile – Uma Ópera Miami” é uma homenagem aos artistas que percorreram uma longa caminhada na história do rap e do funk, não só uma homenagem, como também uma reverência as grandes produções antigas e que agora retornam com um toque de atualidade.
O álbum conta a história de um jovem periférico que ama dançar e precisa lidar com uma nova paixão. Esse romance é interrompido com a chegada de milicianos que ocupam e tomam o poder da favela. Para resistir, o jovem procura unir a sua comunidade, formando assim a UFFÉ (união da força e da fé), palavra de ordem que vem sendo agitada por FBC desde o seu último álbum “Outro Rolê”.
Para abrilhantar ainda mais, a obra conta com participações especiais de cantoras como Mariana Cavanellas, que recentemente se lançou em carreira solo com trabalhos autorais; Mac Júlia, MC da grande BH que é destaque no rap nacional com suas letras e flow aguçado e Uana Mahin, atriz, cantora e compositora de Recife.
Com o conceito de resistência, UFFÉ, grandes produções e participações especiais, o novo álbum de Fabrício, FBC, desperta altas expectativas para o seu lançamento. Isso porque mesmo retratando problemas sociais, a arte não perde a essência de diversão ao ser formado por músicas dançantes.
O novo trabalho do Padrim, que vai contar com 10 faixas, estreia no dia 9 de setembro nas plataformas digitais.
Edição: Elis Almeida