Minas Gerais

NAÇÃO

200 anos da Independência do Brasil ganha Portal do Bicentenário e ampla programação

Serão 26 horas de atividades com mesas de debates sobre história, cultura e sociedade, além de atividades culturais

Belo Horizonte (MG) |
Reprodução - Portal do Bicentenário

A Independência do Brasil completará 200 anos em 2022 e, para marcar a data, professores, pesquisadores, movimentos sociais e entidades apresentaram o projeto "Portal do Bicentenário". O lançamento será nos próximos dias 6 e 7 de setembro.

O portal trará de forma gratuita os mais variados conteúdos voltados à educação básica para discutir a independência do país para além dos livros escolares. Haverá sequências didáticas, relatos de práticas, espaço para material acadêmico, dissertações, livros e vídeos. 

2022 é oportunidade para parir outro país

A ideia é ser um "hub" onde possam ser encontrados temas e abordagens que, antes, não estavam sendo pensados. O objetivo é propor um pensamento crítico sobre o período em que o país deixou de ser colônia portuguesa, incluindo os diversos movimentos locais que levaram à construção da nação ao longo de duzentos anos. E, para além disso, instigar o debate sobre o país que vamos construir para o futuro. 

Segundo os pesquisadores que integram a iniciativa em rede, o debate já se faz necessário porque vivemos uma época de retrocesso de direitos adquiridos e pouco se fala sobre o que queremos preservar, e qual nação pretendemos ser. 

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"A gente está vivendo um forte retrocesso de direitos. Isso nos remete à responsabilidade de iniciar já um debate que possa ocorrer de forma aprofundada, e não só em 2022, em meio aos debates eleitorais, quando haverá um caldo tenso e intenso em meio à possibilidade de parir outro país ou, minimamente recuperar parte do que perdemos", afirma Luciano Mendes, coordenador do projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, e um dos integrantes da equipe do Portal do Bicentenário.

Mesas de debates sobre história, cultura e sociedade

O Portal do Bicentenário entrará no ar a partir do dia 6 de setembro, às 22 horas. Nesta data, haverá uma "virada" de 26 horas de lives e debates, que terminam no dia 7, sobre os 200 anos da Independência do país.

A mesa de abertura falará sobre os diversos Brasis e as "trilhas" percorridas até a Independência. Depois, haverá a apresentação da temporada sobre o bicentenário no podcast "No recreio", seguida de uma madrugada de conversas sobre cinema, literatura, mulheres e indígenas nas artes. 

Outros temas em debate serão a escola após a independência até o homeschooling; a elitização do ensino secundário; a descolonização do ensino de matemática a partir de teóricos africanos; a educação no campo; a liberdade de uso e acesso às mídias digitais; além da proposta de construir novos olhares sobre a independência do Brasil no ensino de história.

Conteúdos já disponíveis

Enquanto a data do lançamento não chega, já é possível acompanhar os conteúdos publicados nos canais e redes sociais do projeto, como no Youtube, Instagram, Facebook e Twitter.

No YouTube, as lives com pesquisadores já abordaram temas como "A Independência do Brasil nos livros didáticos", "A história das mulheres nos 200 anos de independência", "A revolução no Haiti e as repercussões no Brasil", "Branquitude e educação para as relações étnico-raciais", "Ensino de história indígena", "A importância da história local nas narrativas das independências", "A Independência do Brasil e as Revoluções Atlânticas", e "Ensinar história: diálogos com a literatura, os livros didáticos e o mundo digital", entre outros.

Vivemos retrocesso de direitos

Também no YouTube é possível assistir à série "Educação e Nação no Bicentenário da Independência", uma formação voltada a professores que já conta com 14 aulas. Entre elas, surgiram temas como as heranças coloniais, a educação de jovens e adultos nestes duzentos anos, a relação da educação e a imprensa, formação de professores, movimentos sociais e educação no campo, entre outros.

Com estes conteúdos, já é possível que professores proponham reflexões nas aulas para aprofundar o conteúdo sobre Independência, presente nos vestibulares e no Enem.

Sobre o Portal do Bicentenário

O Portal do Bicentenário é uma iniciativa em rede que tem como marcas a inter e a transdisciplinaridade de conteúdos e ações que promovam o diálogo entre saberes e práticas de professores e professoras; de estudantes da educação básica e do ensino superior; de povos tradicionais e de movimentos sociais, além de coletivos democráticos de todo o Brasil. 

Iniciativa é uma parceria de 61 entidades e grupos de pesquisa

A ação é uma parceria com 61 entidades e grupos de pesquisa, centros e núcleos de pesquisa, projetos de extensão e de ensino, além de envolver relação direta com inúmeras redes de ensino pelo país, como também sindicatos e movimentos sociais. Nesta parceria, temos o apoio e a integração de instituições e sociedades científicas e sociais, universidades federais e estaduais, programas de pós-graduação e departamentos de graduação. Somos muitos, múltiplos e desejamos ser ainda mais coletivos.

Programação

Das 20h às 22h do dia 6 de setembro, integrantes do Portal do Bicentenário estarão no programa de Rádio do Pensar a Educação, Pensar o Brasil.

Para acompanhar, basta acessar o link.

As 24 horas de programação ao vivo seguem no YouTube, no canal do Portal do Bicentenário

6 de setembro - segunda-feira

22h - Abertura: Abram suas portas, o Portal do Bicentenário está no ar

23h - Apresentação do podcast "No recreio" : temporada do Bicentenário da Independência 

23h30 - As quebradeiras de coco: saberes, sabores e multiplicidade de Brasis

7 de setembro - terça-feira

0h- Torto Arado e a Literatura – O que nos diz para além da Independência?

0h30 - Deixem que falamos por nós: a mulher na música e na poesia

1h - As artes das Independências...

2h30 - Sentidos de independência nas artes indígenas

3h30 - Étnico matemática e descolonização

4h - As Independências do Brasil e da América Espanhola: aproximações e experiências 

5h - O Direito à Saúde no Bicentenário

5h30 - Alvorada do Grito dos Excluídos  

6h30 - Museus de Ciências: memórias das (in)dependências e desafios  para a popularização

7h - Onde as memórias se educam e cristalizam: festejos escolares da Independência Brasileira

8h - Movimentos Sociais, Educação do Campo e Formação de Educadores

8h30 - Povos ciganos: vidas de independência, alegrias, dores e lutas

9h30 - Inclusão e Independências 

10h30 - Minha escola, meu pedacinho de chão

11h - Vozes e lutas insurgentes: Lélia Gonzalez e os feminismos na América Latina

12h - Lélia Gonzalez

12h30 - A Escola no Brasil: Da Independência ao Homeschooling  

13h30 - O Direito à Educação dos Jovens: a Histórica Elitização do Ensino Secundário

14h - Elas debatem independências

15h30 - Povos Indígenas: Experiências históricas, pandemia e resistências

16h - "A função da escola para o processo de Independência dos Brasis"

17h - Memórias Malditas: outras verdades sobre o sesquicentenário da Independência

18h - Nas trilhas das Independências 

19h - Atheneu Sergipense: histórias de uma instituição educacional sesquicentenária

19h30 - Por outras narrativas sobre a independência do Brasil: olhares a partir do Ensino de História

20h30 - Patrimônio e cultura popular: a experiência comunitária do Museu do Vaqueiro de Santa Rosa de  Lima / BA

21h - Do analógico ao digital: lutas por liberdades nas mídias 

22h - Encerramento com participantes do Portal do Bicentenário

 

Edição: Elis Almeida