Foi aprovado, na sexta-feira (10), na Câmara Municipal de Uberlândia, um projeto de Lei que institui a “Semana do Hip Hop”. De autoria da vereadora Dandara Tonantzin (PT), o projeto tem por objetivo “Criar momentos de troca de experiências, além de incentivar a educação, cultura e promover lazer nas periferias”, declarou a vereadora.
“Hip-hop é política. É o povo brasileiro pedindo por direitos”
Hip Hop é política
A autora da proposta aponta que a Semana do Hip Hop “visa trazer a cena do rap e da cultura periférica para o centro dos debates, valorizando artistas, incentivando a promoção da cultura nas comunidades e fortalecendo os grupos e eventos”.
Atualmente acontecem 12 batalhas de rap na cidade
Durante a Sessão Legislativa, outros vereadores também se manifestaram. O vereador Murilo Ferreira (REDE) afirmou que “hip-hop é política. É o povo brasileiro pedindo por direitos”. Já Liza Prado (MDB) afirmou que a cultura do rap “É expressão popular do povo da periferia e comunidades”.
Hip Hop surge das minorias periféricas
Baseado em pilares artísticos, como dança (breaking), arte gráfica (grafite), performance (DJ) e música (Rap), o Hip Hop “emergiu das minorias periféricas, e que os jovens encontraram nas letras questionadoras uma forma de expressar suas revoltas e sentimentos”, declarou Dandara.
O movimento cultural surgiu na década de 70 nos Estados Unidos e ganhou repercussão no Brasil na década de 80. A vereadora reafirma que “nestes 40 anos de história do rap nacional, o movimento carregou a ótica do preto, trabalhador e favelado”.
Movimento ganha força em Uberlândia
Atualmente, acontecem doze batalhas de rap na cidade. As batalhas são tradição em bairros como o Morumbi, no Teatro Municipal, na praça do Coreto, no Planalto, por exemplo, o que reúne centenas de jovens.
O hip hop emergiu das minorias periféricas
Em 2017, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB), realizou o primeiro Encontro da Juventude Negra que reuniu cerca de 200 jovens uberlandenses. Com o tema “A arte como resistência” o encontro refletiu sobre como a arte de rua, como o grafite e o hip hop, podem contribuir para que a juventude negra resista a violência cotidiana.
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Entre os meses de julho de 2020 e fevereiro de 2021, um projeto de vídeo clipes reuniu artistas do Hip Hop da cidade. Desenvolvido pelo coletivo independente “Roça Records”, o projeto objetivava viabilizar o protagonismo periférico, que contemplasse parte das pessoas que constroem cotidianamente a cena local de rap.
Edição: Elis Almeida