Em Minas Gerais, somos pouco mais de 14 milhões de mineiras e mineiros que receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19, cerca de 66% da população. Isso significa que apesar do negacionismo do governo federal e da postura oportunista do governo Zema, a população e os trabalhadores e trabalhadoras da Saúde seguem garantindo que o número de imunizados cresça.
E é nesse contraste, entre quem trabalha para nos livrar da pandemia e quem segue distorcendo a realidade, que se revela uma lição importante para todos nós: as mudanças vem de baixo para cima.
As mudanças vem de baixo para cima.
O governo Bolsonaro segue lidando de maneira desastrosa com a pandemia. O quarto Ministro da Saúde – desde março de 2020 – Marcelo Queiroga, na quarta (15), voltou atrás na própria orientação e suspendeu a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Afirmou que há um “excesso de vacina” no país e tomou pra si o crédito do avanço na vacinação.
O presidente, mais preocupado com o “centrão” que com o povo, não apresenta nenhuma proposta concreta de políticas que apontem para uma retomada da economia brasileira que gere empregos dignos para a população desempregada e desalentada.
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Esse choque entre a realidade de quem está de volta às salas de aula com medo de se tornar mais uma estatística de óbito e os 41 novos bilionários do Brasil criam perguntas importantes na cabeça de quem não acha nada de normal nesse “novo normal”.
Alento
E em meio a tantas notícias ruins, lembremos que esse incômodo que povoa nossos corações já povoou um dos maiores brasileiros que faz aniversário em setembro. O pedagogo pernambucano, Paulo Freire.
No domingo, dia 19, Paulo Freire faria 100 anos. Sua obra mais famosa, a “Pedagogia do Oprimido” está entre centenas de livros, ensaios, cartilhas, que deixaram para o Brasil e para o mundo o legado de um homem profundamente comprometido com a libertação dos povos de toda opressão.
O educador desejava a construção de um país cujo poder estivesse nas mãos de seu povo trabalhador.
E em um momento tão conturbado da nossa história, que a angústia divide assento com a volta de alguns abraços, vale retomar os ensinamentos freireanos sobre a esperança: não basta tê-la nos nossos corações, é preciso que ela se torne coragem e uma teimosia de quem não vai se deixar ser derrotado por um inimigo que não sabe da força de quem vence uma batalha todo dia pra seguir sonhando.
Dito isso, não se esqueça de esperançar, mesmo que na marra.
Edição: Elis Almeida