Minas Gerais

DEMOCRACIA

Para organizadores, 2 de outubro terá o maior ato Fora Bolsonaro deste ano em BH

Construção já envolve mais de 100 entidades em defesa do impeachment e contra as medidas que acirram desigualdade social

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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"É o povo adoecendo, é retirada de direitos, é povo morrendo de fome". - Thales Renato/Mídia Ninja

A manifestação Fora Bolsonaro em Belo Horizonte, no próximo dia 2, às 15:30, na Praça da Liberdade, promete ser a maior até então realizada na cidade desde o início do ano. A avaliação é de representantes da comissão organizadora, que, seguindo o princípio da unidade – como a nível nacional – já envolve mais de 100 organizações, como partidos políticos, centrais sindicais, torcidas organizadas e movimentos populares. 

 “É nosso papel fazer a luta para que o povo não caia na ilusão que é o Bolsonaro”

A expectativa é grande, segundo Maria da Consolação, presidenta do PSOL Minas, porque as organizações da cidade já têm um histórico de construção conjunta de lutas, como, o Ele Não em 2018, as ações em defesa da educação e as carreatas contra o presidente realizadas durante a pandemia. 

“Nós temos que fazer uma grande pressão popular. Precisamos tirar o Bolsonaro ainda neste ano. Pelas liberdades democráticas, pelos direitos do nosso povo, porque os ataques são muitos”, diz. “Tem que estar todo mundo junto para defender a vida, a igualdade e a justiça no nosso país”, acrescenta Maria da Consolação, que integra o Comitê Mineiro da Campanha Fora Bolsonaro.

Duas agendas

Além do ato no sábado (2), outra agenda nacional está acordada entre as organizações. O 15 de novembro também será um dia de luta contra Bolsonaro. Jairo Nogueira, que é presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, explica que as duas agendas trazem como pauta central o impeachment do presidente, já que há diversos indícios de fraudes e crimes de corrupção desvendados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19.

Além disso, na opinião de Jairo, é insustentável a crise econômica e social pela qual passa o país, levando a população ao desemprego e ao drástico empobrecimento. “É nosso papel fazer a luta, denunciar o governo e construir um novo cenário para as eleições do ano que vem, para que o povo não caia na ilusão que é o Bolsonaro”, aponta. 

“A cada dia de Bolsonaro, são mais vidas perdidas”

A política econômica adotada pelo governo federal, e encabeçada pelo ministro Paulo Guedes, levou o Brasil de volta ao Mapa da Fome, além de encarecer o preço do gás e da cesta básica. Esse fato, na avaliação de Stefanio Marques, que é assessor político do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região, já é um fator que induz a articulação de organizações políticas distintas em torno da pauta Fora Bolsonaro.  

“Não dá mais para deixar esse governo no poder. Porque a cada dia de Bolsonaro, são mais vidas perdidas, é o povo adoecendo, é retirada de direitos, é povo morrendo de fome. O impeachment precisa ser agora, porque não dá para esperar 2022, porque não sabemos o que pode acontecer. Por isso é fundamental construir esse acúmulo com todos que querem o Fora Bolsonaro”, ressalta.

Centenas de organizações 

Em Minas, assim como em outros estados, a articulação envolve partidos, centrais, igrejas católicas e evangélicas, torcidas organizadas, religiões de matriz africada, movimentos de mulheres, de juventude, de negros e negras. Somente de partidos políticos, já se somaram PT, PCdoB, UP, Rede, Consulta Popular, PSOL e PSB. A ideia é ampliar ainda mais.

Segundo o deputado estadual Cristiano Silveira, que também é presidente do PT de Minas, os partidos Solidariedade, PDT e Cidadania estão realizando conversas internas e podem se somar na construção das manifestações. “Eu continuo tentando contato com outros partidos, outras lideranças, que não são do campo da esquerda, mas que podem se somar a partir do ‘espírito democrático’. Penso que, com agravamento da situação econômica, sanitária e política do governo Bolsonaro, há um ambiente para que as nossas mobilizações ganhem mais força do que foi até o momento”, avalia.

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No sentido de fortalecer a manifestação, outro direcionamento é que cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte possam se somar no ato do dia 2 de outubro na capital. Na próxima terça, haverá uma reunião para definir detalhes sobre a infraestrutura, inclusive de transportes das cidades e também de bairros mais distantes do centro da cidade. 

Campanha nacional 

A convocação para os atos dos dias 2 de outubro e 15 de novembro, foi realizada a partir da articulação nacional entre a Campanha Nacional Fora Bolsonaro e a Frente Brasil Popular. Nove centrais sindicais divulgaram, na quinta (23), nota conjunta chamando os trabalhadores para participarem das manifestações. “Das ruas não nos retiraremos até libertar o Brasil deste presidente criminoso”, diz o texto. 

“Em um país com 212 milhões de habitantes, cuja maioria, segundo todas as pesquisas, rejeita e desaprova Bolsonaro, é urgente que o Congresso Nacional atenda o clamor popular e acate a abertura de processo de impeachment para que Bolsonaro seja afastado e seus crimes apurados e julgados”, completa a nota. 

A Campanha Nacional Fora Bolsonaro é organizada por mais de 80 entidades e movimentos populares e sindicais. No último dia 15, presidentes de nove partidos de oposição se reuniram para traçar diretrizes de mobilização pelo impeachment de Bolsonaro.

Protocolo sanitário

Devido à pandemia, quem for ao ato deve usar máscaras, álcool em gel, evitar aglomerações e contato físico para evitar a propagação do coronavírus. Quem estiver com sintomas ou tiver tido contato com pessoas que testaram positivo para covid-19 não devem comparecer.

 

Edição: Elis Almeida