Em setembro, a cesta básica de alimentos ficou 3,49% mais cara em Belo Horizonte, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com esse percentual, a capital mineira registrou a quarta maior inflação entre 17 cidades, atrás apenas de Brasília (3,88%), Campo Grande (3,53%) e São Paulo (3,53%).
Governo federal prevê ajusto do salário mínimo abaixo da inflação
Pelo levantamento, a cesta de alimentos em BH está custando R$ 582,61, ou seja, 57,26% do salário mínimo. Desta forma, o tempo médio de trabalho necessário para produzir a cesta básica seria de 116 horas 31 minutos, o equivalente a cinco dias de trabalho.
Entre os produtos que ficaram mais caros, destaque para o açúcar, com inflação de 11,96% em Belo Horizonte, e o leite integral, registrando alta de 5,24%. Segundo o Dieese, o açúcar encareceu em razão da queda na oferta do produto, causada pelo clima seco. Já a alta do leite teria como causas a menor qualidade das pastagens, o aumento nos custos de produção e a competição das indústrias pela matéria-prima.
Salário mínimo necessário
Tomando como referência os valores calculados na cidade de São Paulo em setembro, o Dieese estima que, para o sustento de uma família brasileira com dois adultos e duas crianças, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 5.657,66, isto é, mais que cinco vezes o valor atual, fixado em R$1.100.
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Em agosto, o governo federal enviou ao Congresso Nacional uma proposta de reposição do salário mínimo de 6,2%, o que é menor que a inflação estimada pelo Banco Central para este ano, de 8,51%. Nos últimos dois anos, o salário mínimo no Brasil não teve ganho real, contrariando uma tendência das duas décadas anteriores.
Edição: Elis Almeida