Minas Gerais

MTST

Acampamento Fidel Castro, em Uberlândia (MG), realiza comemoração do Dia das Crianças

Durante a atividade, os moradores denunciaram o descaso do poder público com a ocupação

Uberlândia (MG) | Brasil de Fato MG |
A comunidade se une e busca colaborações para construção da creche para abrigar cerca de 70 crianças - Débora Borba

Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o Dia das Crianças, 12 de outubro, foi marcado por uma festa no acampamento Fidel Castro, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A ação contou com distribuição de doces, doações de brinquedos e lançamento da campanha para construção de uma creche infantil na ocupação, visto que não há transporte escolar para as crianças. 

É preciso que a população uberlandense veja outro lado da comunidade

A comunidade Fidel Castro abriga cerca de mil famílias em situação de vulnerabilidade social e há anos as lideranças do movimento organiza a celebração das crianças. A moradora da ocupação Ozita Netto explicou que organiza o evento por sentir a necessidade de contribuir para que as crianças da comunidade tenham uma condição de vida melhor do que ela teve. 

É preciso que a população uberlandense veja outro lado da comunidade, de gente trabalhadora que busca sobreviver diante das desigualdades. Temos que mostrar que as crianças são crianças e que são recebidas com carinho por quem mora na comunidade e por quem vem de fora, ajudar voluntariamente em ações como essa”, aponta.

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Segundo Evaldo de Souza, voluntário que ajudou na organização da festa, o evento contemplou mais de 300 crianças e foi realizado em três pontos do bairro. A principal concentração aconteceu onde funciona a cozinha comunitária, iniciativa que entrega mais de 200 marmitas por dia, de segunda à sexta, para os moradores. 

Ao lado do prédio da cozinha, começou a ser construída a estrutura da futura creche. No entanto, com a chegada da pandemia a obra foi paralisada. “A creche é uma pauta importante para o acampamento, pois é o espaço onde as mães poderiam deixar seus filhos e irem trabalhar. Além de ser uma oportunidade para os profissionais da educação ajudarem na comunidade e dos moradores mostrarem que, para além da luta pela terra, estamos lutando por melhores condições de vida”, afirma Ozita. 

As crianças da comunidade não têm acesso ao transporte escolar público, o que prejudica a economia das famílias, que precisam se deslocar para levar os filhos para escolas em outras regiões ou precisam de ajuda para os cuidados com as crianças no período do trabalho. A comunidade se une e busca colaborações para construção da creche para abrigar cerca de 70 crianças, além de finalizar a reforma da cozinha comunitária para garantir a alimentação das famílias que estão com dificuldades financeiras. 


 

Edição: Larissa Costa