Uma audiência pública, convocada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), aconteceu na quarta (17), em Belo Horizonte, para debater a situação dos trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Os trabalhadores da empresa, presentes na reunião, questionam as consequências da execução de uma política de elevado percentual na distribuição de dividendos e baixos investimentos na empresa. Além disso, criticam a decisão da direção da estatal em não dar seguimento às negociações em relação aos acordos coletivos e pagamentos de participação nos lucros da estatal.
Sindicalista afirma que direção da Copasa não quer negociar acordo coletivo; empresa nega
"O trabalho na Copasa tem ficado limitado até por falta de materiais, o que compromete a qualidade do serviço prestado, não por culpa dos trabalhadores, mas por culta de uma gestão que privilegia os acionistas e o alto escalão da empresa", enfatizou Jairo Nogueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais. Para o sindicalista, o sucateamento seria uma estratégia para privatizar a empresa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), Eduardo Pereira, relatou que, durante a pandemia, a empresa aumentou seus os lucros. No entanto, segundo ele, os trabalhadores da estatal recebem menos do que deveriam, devido à falta de um acordo coletivo. "A Copasa não quer negociar com os sindicatos que têm maior número de trabalhadores, como no caso do Sindágua", declarou.
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Diante dos questionamentos durante a audiência, Clóvis Horta Correa Filho, que é chefe de gabinete e superintendente de Relações Institucionais da Copasa, leu uma carta como resposta. No texto, o presidente da Copasa afirma que tem tentado avançar no diálogo com os funcionários. "Em duas negociações, conseguimos convergir para uma proposta. Assim, mostramos que existe disposição para o diálogo", destaca.
Também participaram audiência o Deputado Estadual Betão (PT); Murilo de Campos Valadares, presidente do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais; e Fernando Ferreira Duarte, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Edição: Larissa Costa