Mais uma vez, como temos feito desde maio deste ano, ocupamos as ruas para expressar nossa indignação e reafirmar o imperativo e a urgência de interromper o governo Bolsonaro, que tanta destruição e morte tem produzido em nosso país.
“Viva Dandara e viva Zumbi dos Palmares!” “Diante da violência e da opressão, eu não vou sucumbir!” “Povo preto unido é povo preto forte!” “Exigimos reparação!” “Vida, trabalho e comida. O povo preto quer viver! “Faça chuva ou faça sol, Fora Bolsonaro racista!”, são algumas das “palavras de ordem” que marcaram o atos realizados no Cabana, no dia 13, e o potente ato do 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, que mobilizou movimentos sindicais e sociais de toda a Belo Horizonte.
Desafio é construir força social que construa um país soberano
Neste dia 20, fizemos uma manifestação repleta de símbolos e significados da cultura negra, retratada na participação de lideranças e artistas dos movimentos negros, engajados no passado e no presente, na condução da luta libertária pela superação do racismo que estrutura as relações da formação social brasileira e impõe, principalmente, ao povo negro as mazelas da nossa profunda desigualdade social, fruto de um sistema econômico capitalista periférico e dependente.
É preciso enfrentar e derrotar o atual governo federal, construindo uma força social que não se subordine às eleições de 2022. As ruas sempre foram e sempre serão o lugar central da luta, combinada com o trabalho constante da batalha das ideias que faça avançar a consciência da classe trabalhadora e o compromisso com mudanças estruturais.
Como não lutar diariamente pelo Fora Bolsonaro?!
A força da luta pelo Fora Bolsonaro está em nossa capacidade de não perder o foco nessa tarefa imperativa e imediata. São mais de 600 mil mortes por covid-19! A miséria e a fome ocupam as mesas das casas de milhões de brasileiros! Nossos biomas estão sendo depredados pelo agronegócio e pela mineração! Os sistemas públicos de educação, saúde, assistência social, ciência e tecnologia estão sendo completamente desmontados abrindo caminho para as corporações do capital financeiro, com seu apetite insaciável, aprofundarem a apropriação do orçamento público.
Temos um governo militarizado e ligado a milícias que entrega o patrimônio público ao capital estrangeiro a preços de liquidação! Como não lutar diariamente pelo Fora Bolsonaro?!
Mas é também preciso reconhecer que as forças políticas que pavimentaram a chegada do capitão reformado ao Planalto continuarão ocupando os espaços políticos e institucionais para manter vivas e predominantes as condições históricas de dependência do capital externo e de exploração, de exclusão de direitos e de violência contra o povo brasileiro.
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O desafio é justamente manter a resistência e a força na luta pelo Fora Bolsonaro, construindo força social que seja capaz de reivindicar e sustentar o enfrentamento necessário à construção de um país soberano, cujo desenvolvimento social e econômico se faça por meio da distribuição da riqueza para quem, verdadeiramente, a produz: as trabalhadoras e os trabalhadores em sentido amplo, abarcando aqueles aos quais foi suprimido o direito ao trabalho e aos que trabalham sem direitos!
A luta pelo Fora Bolsonaro precisa ultrapassá-la, na melhor combinação possível entre tática e estratégia!
Sigamos na luta, juntos!
Adelson Fernandes Moreira é presidente do Sindicato dos docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (SINDCEFET-MG)
Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
Edição: Elis Almeida