Cerca de 120 famílias ocuparam, na madrugada do dia 21 de novembro, a fazenda Bela Vista, localizada em Berizal, no Norte de Minas Gerais. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a área, localizada na zona rural da cidade, estava abandonada, improdutiva e possui terras devolutas pertencentes ao Estado de Minas Gerais.
A terra é importante para o sustento das nossas famílias, nossos filhos e nossos netos, diz quilombola
“Estamos aqui lutando por um território, um local onde possamos trabalhar. Os fazendeiros não querem dar um lugar nem para enterrar nossos entes queridos. Com tanta terra abandonada, nós temos que lutar pelos nossos direitos”, afirmou a quilombola Almerinda Almeida dos Santos, durante a ação.
Cem famílias camponesas ligadas ao MST estão sofrendo ameaças de pistoleiros
Para os ocupantes, o cenário de fome e miséria no Brasil reafirmam a importância da luta pela terra para a produção de alimentos. “A terra é importante para o sustento das nossas famílias, nossos filhos e nossos netos. Estamos aqui para isso. Não queremos guerra. Será que os prefeitos e governadores não enxergam que, enquanto tem terra abandonada, tem gente passando fome?”, questionou Almerinda.
A ocupação foi realizada pela Comunidade Quilombola Vila São João e pelo MST, com apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Famílias do MST são ameaças por pistoleiros
Também no Norte de Minas, na cidade de Gameleiras, cerca de 100 famílias camponesas ligadas ao MST, estão sofrendo ameaças de pistoleiros da região.
O MST denuncia que, na noite da última segunda-feira (22), quatro indivíduos armados adentraram no acampamento do movimento e ameaçaram as famílias acampadas de morte.
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A Fazenda Santa Cecília Belvale foi ocupada pelo movimento na manhã do dia 19 de novembro. Improdutiva, a terra está abandonada há mais de 20 anos, segundo o MST.
O governo de Minas Gerais foi procurado pelo Brasil de Fato MG para comentar os casos, mas não respondeu até o fechamento desta nota.
Edição: Larissa Costa