Minas Gerais

NEOLIBERALISMO

Petroleiros de Minas Gerais protestam em repúdio à venda de refinaria da Petrobrás

Desemprego e perda de qualidade do serviço são algumas consequências da privatização apontadas pela categoria

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) alerta que a Petrobrás é cobiçada - Foto: Camila Moraes

Na manhã desta sexta-feira (3), petroleiros de Minas Gerais fizeram uma manifestação em frente à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação faz parte do dia nacional, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em repúdio à venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada na Bahia.

A RLAM é a segunda maior refinaria do país e teve a privatização concluída no dia 30 de novembro. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a refinaria foi vendida por um valor 50% abaixo do de mercado e 35% aquém do preço justo, de acordo com o BTG Pactual. 

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Durante a manifestação, o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Joceli Andrioli alertou para as consequências da privatização, utilizando o exemplo da Vale. “Sabemos muito bem o que significa a venda. Tivemos a derrota da privatização da Vale lá atrás e hoje colhemos os frutos. Quais frutos são esses? Vinte mortos em Mariana e 273 em Brumadinho”, enfatizou.

O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG) alerta que a Petrobrás é cobiçada por proprietários nacionais e internacionais, por ter uma renda anual de aproximadamente R$ 50 bilhões. Desde a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, a categoria petroleira vem intensificando as lutas contra a privatização das refinarias da empresa, que sofre constantes ameaças de privatização. 

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Para Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, a gestão da Petrobrás está se desfazendo de ativos importantes para o país e para a empresa, “tornando-a pequena, simples exportadora de óleo cru e suja ambientalmente”. Além disso, desemprego e perda de qualidade do serviço para a população são outras consequências, apontadas pela categoria, da privatização das refinarias e da estatal com um todo.

Participação 

A ação em Minas, convocada Sindipetro, contou com a presença de sindicatos parceiros e movimentos sociais. Estiveram na atividade a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua) e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética em Minas Gerais (Sindieletro). 

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Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos (Sintect), o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos Por Barragem (MAB), o Levante Popular da Juventude e o Esquerda Diário também estiveram presentes.

Ação nacional

Também aconteceram protestos nas refinarias Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; na Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná; nas refinarias Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; em Paulínia (Replan); em Duque de Caixas (Reduc); na Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará; em Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN); nas unidades da Transpetro e no Terminal Madre de Deus (Temadre), na Bahia.

 

Edição: Larissa Costa