Justiça, reparação integral e elaboração de um programa de reconstrução e desenvolvimento são as três bandeiras centrais que irão orientar as atividades do primeiro Encontro de Atingidos e Atingidas da Bacia do Paraopeba. O evento acontece nos dias 11 e 12 de dezembro, em Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Organizado pela Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser), pelo Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o encontro reunirá lideranças dos municípios da bacia do Rio Paraopeba, atingidas pelo rompimento da barragem da Vale, da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
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“Queremos ter um olhar integrado dos impactos e a partir desse diagnóstico coletivo, conseguir elaborar propostas populares que respondam às necessidades dos territórios”, destaca Marina Oliveira, atingida e moradora de Brumadinho, e coordenadora de projetos para as comunidades da Arquidiocese de Belo Horizonte.
A programação conta com momentos de análise de conjuntura, debates em grupo, plenárias e atividades culturais. “São momentos de apresentação, de interação, de diálogo e de troca que nos ajudam a tirar propostas e encaminhamentos para os próximos meses”, explica Marina.
O evento também conta com a participação de entidades convidadas, como a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), do Instituto Guaicuy, do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), da Cáritas Brasileira e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas).
“Não existe reparação sem participação”
Em fevereiro deste ano, a Vale firmou um acordo bilionário com o Estado de Minas Gerais e com as Instituições de Justiça. Na ocasião, Romeu Zema (Novo) declarou encerrado o débito da mineradora pelos prejuízos sociais e econômicos causados pelo do rompimento da barragem de Córrego do Feijão. O governador chegou a celebrar o acordo como “o maior conjunto de medidas de reparação da América Latina”.
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Porém, desde o início, os atingidos denunciam a falta de participação popular no processo. “Não existe reparação sem participação. Assim como não existe reparação sem justiça e responsabilização criminal”, enfatiza Marina.
Edição: Larissa Costa