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TRANSPORTE PARADO

Metrô de Belo Horizonte entra em greve a partir de 23 de dezembro

Decisão foi feita em assembleia no domingo (19). Trabalhadores protestam contra tratamento desigual da CBTU

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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O sindicato afirma que a greve não tem data para acabar - Foto: Divulgação/CBTU

Em assembleia realizada na tarde de domingo (19), os metroviários de Belo Horizonte (MG) decidiram iniciar uma greve a partir do dia 23 de dezembro. A ação é organizada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro).

A principal pauta da categoria é que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a empresa estatal que controla o metrô, dê tratamento igualitário a todos os funcionários. Recentemente, segundo o sindicato, os contratos de 30 funcionários foram transferidos para Brasília, enquanto os demais trabalhadores não tiveram essa oportunidade.

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A vantagem da mudança seria uma maior garantia de manutenção do emprego na CBTU, já que a empresa passa por um processo de cisão e enfrenta uma possível privatização, que pode acontecer em março de 2022. Os funcionários que agora mantém relação empregatícia com Brasília continuam prestando serviços em Belo Horizonte.

Alda Lúcia Fernandes, diretora do Sindimetro, explica que a categoria requer tratamento isonômico para acessar o mesmo direito que o grupo escolhido pela CBTU.  Ou seja, solicitam que todos os funcionários tenham seus empregos assegurados em caso de privatização da CBTU.

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"[A transferência dos 30 funcionários] fere o nosso acordo coletivo, que possui uma cláusula de transferência", critica Alda, se referindo ao acordo entre a categoria e a CBTU que diz sobre a manutenção dos empregos.

Recentemente, em 13 de dezembro, o governo federal publicou a Resolução CPPI nº 206, que define condições para a desestatização da CBTU. A resolução proíbe que empregados lotados na Superintendência Regional Belo Horizonte (STU-BH) sejam transferidos para qualquer outra unidade da CBTU. A STU é uma empresa subsidiária criada para facilitar a privatização.

Com a transferência de apenas 30 pessoas, o governo federal estaria ferindo tanto sua própria resolução quanto o acordo feito com os trabalhadores.

Tempo indeterminado

O sindicato afirma que a greve não tem data para acabar e que a categoria espera que suas demandas sejam atendidas pela empresa.

Edição: Larissa Costa