Falei tão bonito sobre uma sociedade igual, que o povo queria fazer a revolução naquele dia
Teve uma época da minha vida que fui Delegado Federal Substituto do Ministério Agrário, em Minas Gerais. Trabalho muito importante com o nosso povo do campo, por causa da produção de alimentos saudáveis.
O traje era quase sempre social. Eu ficava parecendo um pastor daqueles da Igreja Universal do Reino de Deus. No prédio da delegacia tinha uma igreja evangélica.
Eu tenho um grande amigo, o Ademir Oliveira, que é gente fina demais e gozador pra caramba. Um dia, eu estava na porta da igreja e havia umas cem pessoas esperando um pastor.
O Ademir para me sacanear falou para o povo que eu era o pastor. De repente, me vi pregando a palavra para aquela gente toda. Falei tão bonito sobre uma sociedade igual, que o povo queria fazer a revolução socialista naquele dia.
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Passado algum tempo daquela aventura religiosa, o zelador do prédio, veio conversar comigo e me disse:
– Rubinho, não sabia que você era pastor também.
Eu disse:
– Nem eu.
– Até hoje vem gente aqui procurar por você, meu Deus! Ainda bem que você não é pastor, né?
– Verdade.
Deus sabe o que faz.
Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte
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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Larissa Costa