Nesta terça-feira (8), o caso sobre a redução do horário e a mudança no formato do programa Agenda, da Rede Minas, teve um novo desfecho. Em nota, a direção da emissora informou que a partir do mês de março o programa voltará a ser diário e também contará com uma edição aos sábados. No entanto, a decisão não é vista pelos trabalhadores como uma vitória.
É que apesar da retomada na grade, a equipe original do conteúdo será substituída, incluindo o atual diretor do programa Rodrigo Castro, que denunciou as mudanças no Agenda. A direção e apresentação do conteúdo será assumida pela jornalista Daniella Vargas. A notícia foi informada pela própria emissora e também confirmada nas redes sociais de Castro.
:: Leia mais notícias do Brasil de Fato MG ::
Trabalhadores, telespectadores e artistas mineiros questionam a substituição. “Seria uma retaliação à manifestação pública da equipe contra a diminuição drástica do tempo do programa? Ou seria uma forma de controle e censura das pautas do programa?”, criticam os manifestantes em nota .
Desmontar para vender?
Os manifestantes também questionam se o desmonte do Agenda e de outros conteúdos da emissora é um passo para a concretização da venda do Centro Cultural Itamar Franco, edifício que abriga a Rede Minas e a Rádio Inconfidência. “A atual gestão da EMC pretende esvaziar outros programas da mesma maneira que está tentando fazer com o Agenda, tendo em vista a possível venda de suas dependências?”, afirmam.
:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::
Em novembro de 2021, o governo de Minas abriu um processo de consulta pública para que empresas privadas demonstrassem interesse na concessão, compra ou arrendamento de diversos imóveis públicos, entre eles o Centro Cultural Itamar Franco. O prazo para envio das propostas terminou no fim de janeiro, mas o governo estendeu o prazo para até o fim deste mês.
O protesto contra as mudanças no Agenda e na Rede Minas acontece nesta quarta (9), às 13:30, na sede da emissora, na Rua Tenente Brito Melo, 1090, no Barro Preto.
Leia nota na íntegra, publicada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, nas redes sociais:
Em resposta às decisões da direção da Empresa Mineira de Comunicação (EMC) referente às recentes alterações na grade de programação da Rede Minas, convocamos a classe artística e o público para participar amanhã (9/02), das 13:30 às 14:30 h, em frente a sede da TV, de uma manifestação de repúdio às medidas que vêm sendo tomadas pela atual gestão.
Diminuir o Agenda e destituir toda sua equipe faz parte de uma proposta maior de venda do espaço físico da EMC e de todo Centro de Cultura Itamar Franco, conforme consulta pública encaminhada pela CODEMGE, proprietária dos imóveis.
Por esse motivo vamos para a porta da EMC perguntar:
A retirada do Agenda da programação diária tem como objetivo real esvaziar a produção de conteúdo próprio para facilitar a venda das instalações da emissora?
Qual a razão de retirar o Agenda da grade diária para fazer sua reformulação, sendo que em seus 35 anos ele nunca deixou de ser veiculado diariamente, apesar das inúmeras mudanças sofridas ao longo de sua história?
O que realmente está por trás da retirada de toda equipe atual do Agenda? Seria uma retaliação à manifestação pública da equipe contra a diminuição drástica do tempo do programa? Ou seria uma forma de controle e censura das pautas do programa?
A atual gestão da EMC pretende esvaziar outros programas da mesma maneira que está tentando fazer com o Agenda, tendo em vista a possível venda de suas dependências?
Reafirmamos nossa posição contrária a venda do Centro de Cultura Itamar Franco, mas caso seja concretizada, qual a garantia em relação à continuidade da existência da EMC ( Rede Minas e Inconfidência), assim como da manutenção de ambas como empresas públicas, culturais e educativas, sem a perda da qualidade e propósito de sua programação?
Para onde iria a EMC? Os equipamentos, carros, mobiliário, antenas e instalações da Serra do Curral, como vão ficar?
Qual posição da Secretaria de Cultura e Turismo sobre a perda de um dos mais importantes equipamentos culturais do Estado?
Edição: Larissa Costa