Minas Gerais

Coluna

Estou grávida, mas não virei outra pessoa

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"Ainda sou muito parecida comigo mesmo" - Foto: Anthony Wallace/AFP
Não pretendo que o novo adjetivo que vai me acompanhar – mãe – seja o único a me definir

A ideia para começar esta coluna partiu de uma fala do documentário brasileiro “Renascimento do parto”: este assunto – parto, nascimento, nova vida – diz respeito a todo mundo, homens, mulheres, crianças, por um motivo muito simples. Todos nascemos e grande parte de nós passa pela experiência da parentalidade (aprendi esse termo com a Vera Iaconelli, uma psicanalista fera nesses assuntos). Então, falar sobre isso e ocupar espaços dispostos a esse tipo de debate me pareceu pertinente, além de ser uma oportunidade de refletir junto, de expor questões dolorosas ou difíceis, mas que divididas podem ser mais leves e quem sabe até divertidas.

Então a ideia é mais ou menos essa, partilhar um pouco das vivências e novidades, e deixar o convite aberto pra quem quiser chegar mais, mandar suas impressões, participar também. E reforço o dito ali em cima, é assunto de todos. Não precisa ser mãe, pai, nem querer ser. Lidar com crianças e conviver com pessoas criando outras pessoas faz parte da experiência de todo mundo, então vamos falar sobre isso.

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Deixa me apresentar: sou Joana, jornalista, fui editora muitos anos aqui do Brasil de Fato MG e agora sou uma fã e leitora atenta. Estou grávida de 35 semanas, segundo a linguagem secreta das grávidas, como diz uma amiga minha. Ou seja, oito meses e pouco. Ou seja de novo, daqui a 21 dias, quando a ideia é escrever novamente a coluna, pode ser que minha filha já tenha chegado! A medicina estipula a data provável do parto como aquela quando se completam 40 semanas (reparem então que são dez meses, não os nove que estamos acostumados a contar de uma gravidez humana), mas a partir das 37  semanas a medicina diz também que os bebês já estão a termo, o que quer dizer que podem vir ao mundo sem prematuridade.

Assim, isso em linhas gerais, porque sabemos bem que há bebês que chegam antes, que precisam chegar antes. Eu conto aqui para vocês qual será o caso da minha menina. E aqui já deixo outro comentário: impressionante como o corpo de uma mulher grávida é quase de domínio público (todo mundo encosta, todo mundo tem uma dica, todo mundo tem uma crítica, alguns têm até elogios ou abençoam).

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Para fechar este texto piloto, uma explicação do título. Aliás, antes. Eu não sou especialista nesse assunto, nem em nada que gira em torno dele (alimentação, educação, socialização etc.). Sou bem inexperiente e por isso a intenção em abrir mesmo para a partilha. Não me deixem aqui sozinha, combinado? E sobre o título: muita coisa mudou na minha cabeça, mais ainda no meu corpo, mas não fui invadida por nenhuma mudança transcendental. Ainda sou muito parecida comigo mesma e logo não pretendo que o novo adjetivo que vai me acompanhar – mãe – seja o único a me definir. Mas estou aberta para tudo que ele trouxer.

Um abraço e vamos juntas.

Joana Tavares é jornalista.

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

Edição: Larissa Costa